Padre Judinei Vanzeto
“No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (Jo 1,1). Assim inicia o evangelista João, que escreveu o chamado quarto Evangelho. O primeiro capítulo é uma releitura do primeiro capítulo do livro do Gênesis. O evangelista retoma, portanto, o hino mais antigo que reproduz o relato da criação. Deus criou o mundo por seu Verbo. E a sua Palavra que se fez carne – a encarnação do Filho de Deus, Jesus Cristo (cf. Lc 1, 26-38).
O menino Jesus nasceu em Belém (cf. Lc 2, 6-7) “e foi morar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Ele será chamado Nazoreu” (Mt 2,23). “E o menino crescia, tornava-se robusto, enchia-se de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele” (Lc 2, 40). Nada fez por competição e vanglória, mas “com humildade, julgando cada um os outros superiores a si mesmo, nem cuidando cada um só do que é seu, mas também do que é dos outros. (…) Ele, estando na forma de Deus não usou de seu direito de ser tratado como um deus, mas se despojou, tomando a forma de escravo” (Fl 2, 3-7).
Ao visitar a Nazaré não foi devidamente acolhido. Inicialmente ficaram admirados com sua sabedoria e na sequencia estavam chocados por sua causa. “E Jesus lhes dizia: “Um profeta só é desprezado em sua pátria, em sua parentela e em sua casa” (Mc 6, 4). Ao ensinar em Cafarnaum, num sábado, na sinagoga “estavam espantados com o seu ensinamento, pois ele os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” (Mc 1, 22).
Chamou doze discípulos e deu-lhes autoridade de expulsar os espíritos impuros e de curar todos os males e enfermidades (cf. Mt 10, 1-16). Enviou-os a sua frente para anunciar o Reino de Deus. Toda a força e autoridade do Mestre foi conferida aos seus discípulos.
Entrou em Jerusalém sendo aclamado rei, profeta, o Filho de Davi. “Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!” (Mt 21, 9). No primeiro dia dos pães ázimos orientou seus discípulos para a preparação da páscoa. “Enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo-o abençoado, partiu-o, distribuindo-o aos discípulos, disse: “Tomai e comei, isto é o meu corpo”. Depois, tomou um cálice e, dando graças, deu-o a eles dizendo: “Bebei dele todos, pois é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados” (Mt 26, 26-28).
Durante essa celebração lavou os pés de seus discípulos, dando exemplo de humildade, serviço, doação e amor ao próximo. “Se, portanto, eu, o Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também deveis lavar-vos os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, também vós o façais”. (…) “Se compreenderdes isso e o praticardes, felizes sereis” (Jo 13, 14-17).
Fez uma síntese dos Mandamentos (cf. Ex 20) ao apresentar a regra de ouro. “Tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles, pois esta é a Lei e os Profetas” (Mt 7, 12).
Jesus foi traído com um beijo por um de seus discípulos que não havia compreendido o Reino de Deus. Jesus foi preso, levado ao julgamento e condenado a morte. Duas acusações caíram sobre ele: agitador do povo e blasfemador, pois disse ser o Filho de Deus. Recebeu uma coroa de espinhos, bofeteado, chicoteado e carregou sua própria cruz e nela foi pregado. Seu coração foi ferido por uma lança e saiu sangue e água. Foi ao matadouro como um cordeiro sem abrir a boca. Proferiu palavras de perdão no altar da cruz. Deu o último suspiro e entregou seu espírito ao Pai. Seu corpo foi tirado da cruz e sepultado (cf. Jo 19). O centurião e os demais que o crucificaram afirmaram: “De fato, este era filho de Deus” (Mt 27, 54).
Ao terceiro dia, Maria de Magdala e Maria, mãe de Tiago, e Salomé foram ao túmulo para ungir o corpo, viram que a pedra tinha sido removida. “Viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca, e ficaram cheias de espanto. Ele, porém, lhes disse: “Não vos espanteis! Procurais Jesus de Nazaré, o Crucificado. Ressuscitou, não está aqui!” (Mc 16, 5-6).
Padre, SAC – jornalista e pároco da Paróquia São Roque de Coronel Vivida-PR