Reunião debate rumos do combate à Dengue em Pato Branco

Com o objetivo de discutir ações e estratégias de combate à dengue em 2024, ocorreu na manhã desta sexta-feira (02), no Largo da Liberdade, uma reunião que contou com a presença de autoridades, gestores em saúde e representantes institucionais. A iniciativa foi organizada pela Prefeitura de Pato Branco, por meio da Secretaria de Saúde, e coordenada pela Vigilância em Saúde.

O encontro foi motivado principalmente pelo recente avanço de casos no Estado, exigindo uma mobilização proativa tanto da administração municipal quanto da sociedade no combate ao contágio. Durante a reunião, discutiu-se a reativação do Comitê de Emergência da Dengue como mais um instrumento para combater a doença.

Epidemia

Rodrigo Bertol, diretor da Vigilância de Saúde da Secretaria de Saúde de Pato Branco, explicou a necessidade de a cidade se antecipar nas ações de combate à Dengue, considerando a atual situação de outras cidades do estado que estão sendo classificadas como epidemia. Segundo ele, a Secretaria de Estado de Saúde – Sesa, afirma que o Paraná já está vivendo a maior epidemia de Dengue da história. Bertol citou o caso de Apucarana, que tem uma população e número de edificações proporcionais a Pato Branco, onde recentemente foram registrados 1.220 casos em um único dia. Diante dessa situação, a cidade enfrenta uma condição de colapso, semelhante à realidade que Pato Branco enfrentaria caso o nível de contágio atingisse números semelhantes.

Ele destacou a futura implantação de um Centro de Informação de Vigilância em Saúde – Cievs em Pato Branco. “Pato Branco será a quinta cidade do estado a ter um Cievs, o que é uma conquista nossa”, comemorou Bertol, citando que os outros polos do Cievs estão em Curitiba, Paranaguá, Foz do Iguaçu e Londrina.

Ações e conscientização

Os Cievs reúnem dados atualizados em conexão com uma rede internacional de informação formada pela Organização Pan-Americana da Saúde – Opas, Organização Mundial da Saúde – OMS, ligando-se à Secretaria Estadual de Saúde – Sesa e, finalmente, aos municípios.

Bertol lembrou que Pato Branco tem vivido uma situação relativamente controlada, mas para evitar um momento de maior gravidade são necessárias estratégias de fiscalização, eliminação de focos e maior conscientização da população. “Graças a um trabalho que temos que louvar da Secretaria do Meio Ambiente, em conjunto com os serviços de limpeza pública e os mutirões continuamente, isso tem dado suporte e alívio para nós”, disse o diretor, informando que o índice de infestação na cidade é de 1,7%, um percentual classificado como preocupante, mas não epidêmico.

Pato Branco tem 3 casos confirmados em janeiro, nas regiões do Trevo Guarani, Bairro São Cristóvão e Alvorada.

O Biólogo da 7ª Região de Saúde, Miguel Rotelok, esclareceu que, dos últimos levantamentos de índice realizados em dezembro, comparativamente com os levantamentos que estão sendo realizados em janeiro, todos os municípios da região tiveram um aumento na infestação e na quantidade de vetores. Ele frisou que a incidência tende a crescer com o trânsito de pessoas entre as cidades. Visitantes que vêm a Pato Branco ou vice-versa podem ser portadores do vírus da Dengue e estar levando a doença.

“É muito importante que foquemos principalmente em diminuir a densidade vetorial, pois é a única maneira de combater a dengue. Isso envolve eliminar água parada, reduzir o número de focos e controlar a população de mosquitos. Quando uma epidemia se instala torna-se muito difícil atender a essa demanda e apagar o incêndio. Portanto, agora é o momento de começar a trabalhar, de agir para diminuir a densidade vetorial”, alertou Rotelok.

O prefeito Robson Cantu ressaltou que a prefeitura tem realizado um trabalho nos bairros de limpeza e conscientização da população, além de buscar adquirir equipamentos e máquinas para implementar campanhas intensas de combate à Dengue. Segundo ele, no bairro Planalto, em apenas uma etapa das ações de limpeza no combate à Dengue, foram retiradas 75 toneladas de entulhos.

Cantu destacou ainda que o Sistema Municipal de Saúde está preparado para um eventual aumento de casos. “Se tivermos dois mil casos, já temos medicamentos e soros comprados. Não adianta comprar quando o problema estourar, e um produto que valia 1 real passará a valer 22 reais. Portanto, precisamos cuidar e nos unir”, concluiu Cantu.

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