Na tarde desta terça-feira (5) foi realizada em Pato Branco uma reunião técnica sobre os estudos de viabilidade de implantação de uma linha férrea ligando Cascavel, no oeste do Paraná, a Chapecó, no oeste catarinense. A linha integraria o projeto da Nova Ferroeste, que ampliará a malha ferroviária do Paraná promovendo maior integração com os estados do Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
A reunião aconteceu na Casa da Indústria e contou com a presença de lideranças de diversas entidades como Irdes, Fiep, Fiesc, Facisc, Faesc, Amsop, Acamsop, Ocepar, Cacispar, Agência, ACIC, ACEP, Acipa, Damapec, Faep, Senar, Sebrae, Sindimetal – Sudoeste, OAB-PR, além de representantes de diferentes instâncias do poder público regional.
O estudo para verificar a viabilidade técnica da linha férrea entre Cascavel e Chapecó está sendo financiado por uma lista de entidades contratantes ligadas ao associativismo.
Segundo Elson Otto, primeiro vice-presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), o objetivo do encontro é divulgar a realização do estudo e a proposta do ramal para as lideranças do Sudoeste.
Segundo Otto, ainda não é possível dizer se a linha passará por municípios da região. “Isso está em estudo. Pelas primeiras informações que recebemos existem três possibilidades. O setor privado que ganhar essa concorrência vai achar qual é o melhor. Mas para nós, a classe empresarial, é importante fazer essa ligação de Cascavel a Chapecó via (transporte) ferroviário”, explica.
De acordo com Lenoir Antonio Broch, presidente da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC), uma das instituições ligadas ao projeto, o estudo foi iniciado em janeiro e deve ser entregue até o fim de maio. “O oeste catarinense é uma região consumidora de sete milhões de toneladas de milho por ano. Até o planalto norte nós produzimos em torno de duas milhões de toneladas. Então nós temos uma demanda de pelo menos cinco milhões de toneladas de grãos para nossa agroindústria. Só isso já demonstra uma grande probabilidade de viabilidade do ponto de vista econômico”, diz Broch. Segundo ele, o projeto considera ainda outros fatores como os impactos ambientais.
O empresário Cláudio Petrycoski disse na abertura do evento que um ramal ferroviário contribuiria para o escoamento da produtividade de diversos setores da economia local.
Ferroeste
De acordo com a Agência Estadual de Notícias (AEN), a Nova Ferroeste deverá ser o segundo maior corredor de grãos e contêineres refrigerados do País, atraindo também parte da produção de países vizinhos como Paraguai e Argentina.
Ao todo serão 1.304 quilômetros de ferrovia, que ligarão o Porto de Paranaguá a Maracaju, no Mato Grosso do Sul, incluindo um ramal entre Foz do Iguaçu e Cascavel, além do estudo para o trecho entre Cascavel e Chapecó.
Ainda segundo a AEN, o projeto deve ir a leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) no segundo semestre. O investimento é de R$ 29,4 bilhões. A empresa ou consórcio vencedor fará a obra e poderá explorar a ferrovia por 70 anos.