“Para a próxima reunião, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização monetária com outro ajuste da mesma magnitude (0,75ponto)”, registrou o RTI. “Contudo, uma deterioração das expectativas de inflação para o horizonte relevante pode exigir uma redução mais tempestiva dos estímulos monetários. O Comitê ressalta que essa avaliação também dependerá da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e de como esses fatores afetam as projeções de inflação.”
Estas avaliações já constaram no comunicado da semana passada – quando o Copom elevou a Selic em 0,75 ponto porcentual, para 4,25% ao ano – e também na ata da reunião, publicada na última terça-feira, 22. A visão do Copom para o encontro do mês de agosto, no entanto, marca uma mudança em relação ao que vinha sendo comunicado até então.
No encontro de maio, o Copom ainda antevia a continuação do processo de “normalização parcial” do estímulo monetário. No comunicado da semana passada, na ata e no RTI de hoje, o colegiado retirou o termo “parcial” e indicou claramente a intenção de elevar a Selic até a taxa neutra – o juro que, em tese, permite crescimento sem gerar inflação.
“Neste momento, o cenário básico do Copom indica ser apropriada a normalização da taxa de juros para patamar considerado neutro”, repetiu o RTI. “Esse ajuste é necessário para mitigar a disseminação dos atuais choques temporários sobre a inflação. O Comitê enfatiza, novamente, que não há compromisso com essa posição e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação.”
O Banco Central informou que as estimativas apresentadas no RTI tiveram data de corte no dia 11 de junho deste ano.
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