Ontem, as forças russas e usbeques concluíram a fase ativa de manobras militares, disse a Interfax, com exercícios que envolveram 1,5 mil soldados. Ambos os países temem que uma piora da situação de segurança no Afeganistão possa se espalhar para a Ásia Central.
A Rússia também está realizando exercícios no Tajiquistão, outra ex-república soviética que faz fronteira com o Afeganistão, esta semana. Para o exercício usbeque, Moscou informou na quinta-feira que implantaria quatro bombardeiros estratégicos.
O chefe do Estado-Maior militar russo, Valery Gerasimov, participou dos exercícios militares usbeques-russos em Tashkent. Questionado, não forneceu detalhes, como quais armas estavam sendo utilizadas.
A segurança no Afeganistão se deteriorou rapidamente após o início da retirada das forças lideradas pelos EUA da região, o que levou a uma ofensiva do Taleban. O grupo insurgente atualmente controla mais da metade dos 421 distritos e centros distritais do país e busca tomar as capitais das províncias.
Líderes de cinco países ex-soviéticos da Ásia Central expressaram ontem preocupação com a instabilidade no Afeganistão e discutiram maneiras de coordenar sua resposta a potenciais ameaças à segurança na região.
Os líderes do Casaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Usbequistão se reuniram em Turkmenbashi, no Mar Cáspio, para conversar sobre os desafios regionais. “Uma solução rápida para a situação no Afeganistão é um fator chave para preservar e fortalecer a segurança e a estabilidade na Ásia Central”, disseram os cinco líderes em um comunicado após as negociações.
“A retirada das tropas americanas e aliadas do Afeganistão exacerbou drasticamente a situação militar e política no país”, disse o presidente do Tajiquistão, Emomali Rakhmon.
Ele disse que mais de 2 mil soldados do Exército afegão fugiram para o Tajiquistão enfrentando a ofensiva do Taleban. E expressou preocupação com a concentração de grupos terroristas no Afeganistão ao longo da fronteira com o Tajiquistão, que somam mais de 3 mil militantes de ex-estados soviéticos e da China.
O presidente do Usbequistão, Shavkat Mirziyoyev, também defendeu o controle do que acontece no Afeganistão para garantir a estabilidade na Ásia Central. “A segurança e o desenvolvimento estável dependem de um acordo político no Afeganistão”, disse.
“São extremistas bem treinados em sabotagem, terrorismo e atividades de propaganda e têm planos de longo alcance em relação à nossa região”, disse Rakhmon, observando que o Tajiquistão fortaleceu sua fronteira com o Afeganistão. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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