O dado é de uma pesquisa realizada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) a pedido da farmacêutica Pfizer como parte da campanha Crie Mais Proteção, uma alusão aos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs).
O serviço atende pacientes com doenças cardiovasculares, diabete, câncer, que vivem com HIV, transplantados, que possuem pneumopatias e outras doenças crônicas e oferta vacinas para protegê-los de doenças capazes de levá-los a quadros graves, como a pneumonia.
O levantamento foi feito com 2 mil pessoas da cidade de São Paulo e das regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador e Curitiba, e mostrou ainda que 76% dos pacientes nunca ouviram falar do CRIE. A pesquisa apontou também que 60% dos entrevistados não sabiam que pessoas do grupo de risco têm um calendário específico de vacinação.
“As vacinas são essenciais, principalmente neste momento, que estamos com uma situação grave e hospitais sobrecarregados. Sabemos que, nos pacientes com câncer hematológico, o risco de pneumonia pneumocócica é 57 vezes maior. Somando o fator de idade e ter duas comorbidades, algo que é comum, o risco de pneumonia pneumocócica também é maior”, explica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Na pesquisa, que tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou menos, 65% dos entrevistados afirmaram desconhecer ou não compreender que há vacina para prevenir a pneumonia pneumocócica.
Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer, diz que o objetivo da pesquisa foi analisar o conhecimento da população sobre os CRIEs e doenças crônicas.
“A maioria dos entrevistados desconhece que diversas condições pertencem ao grupo de risco para condições infecciosas. A pesquisa mostrou que 32% das pessoas afirmaram que é falso ou que não sabiam que pessoas com doenças crônicas precisam ser vacinadas.”
Segundo ela, isso é um risco para a saúde desses pacientes e para o retorno de doenças que já tinham sido erradicadas.
“Estamos ouvindo falar muito mais sobre vacinação, mas a pandemia afastou as pessoas de postos e locais onde é feita a vacinação. Isso já culminou no retorno de doenças, como o sarampo. A queda de vacinação leva ao recrudescimento de doenças e casos no Brasil.”
O levantamento apontou ainda que mais pessoas da classe A declararam ter, ao menos, uma doença crônica, totalizando 52%. Na classe C, o porcentual caiu para 31%. De acordo com Márjori, isso pode estar relacionado com o nível de conhecimento sobre a própria saúde e acesso a acompanhamento médico.
A pesquisa mostrou que 57% das pessoas com 55 anos ou mais disseram ter alguma doença crônica. Hipertensão e doenças do coração lideram o ranking de doenças, com 36%, seguidas de diabete (18%).
A infectologista Ana Paula Burian, que atua em uma unidade do CRIE no Espírito Santo, explica que há 52 centros no País e que cada doença crônica tem o seu calendário. Ana Paula destaca a importância de proteger não só o paciente, mas as pessoas que convivem com ele.
“A gente sabe que o paciente imunodeprimido pode responder menos à vacina de gripe, por exemplo. Quando vacina o núcleo familiar todo, evitamos as doenças.”
Isabella reforça que a população não pode se esquecer das doenças que podem ser evitadas com imunizantes e que as pessoas devem ficar atentas ao calendário de vacinação.
“O paciente especial para a vacina tem uma resposta menor, por isso, essa proteção coletiva vai permitir que tenha uma proteção indireta para ele. Com a cobertura vacinal que temos hoje, eles estão em maior risco.”
Campanha no Cristo Redentor e site
A influencer e criadora do canal Supervivente Jussara Del Moral é uma das embaixadoras da campanha e diz que, embora tenha sido diagnosticada com câncer em 2007, só foi conhecer o trabalho dos CRIEs pouco antes da pandemia.
“Não conhecia o CRIE e queria muito que as pessoas soubessem da existência desse serviço. seria bom chegar no oncologista e ser indagado sobre nossa carteirinha, saber quais vacinas a gente tomou e saber que a gente pode e deve tomar as vacinas. A covid veio para levantar essa questão da vacina, a coisa da eficácia, o que, às vezes, é até ruim, porque as pessoas ficam achando que podem escolher a vacina, quando há pessoas estudando para chegar a essas conclusões.”
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