O início de 2025 marca um período de intensa atividade agrícola na microrregião de Pato Branco, conforme destacou Ivano Carniel, técnico do Deral/Seab. A colheita da primeira safra de feijão está em ritmo acelerado, com cerca de 40% da área já colhida. A expectativa é que até o final de janeiro entre 90% e 95% da área esteja colhida.
Este ano, a área plantada de feijão na região praticamente triplicou, saltando de 7 mil para quase 20 mil hectares. O incentivo veio dos preços elevados no momento do plantio, que variavam entre R$ 340 e R$ 350 por saca. No entanto, o cenário atual é desanimador para os produtores, com preços caindo para R$ 160 a R$ 170 devido à alta oferta. Em termos de qualidade e produtividade, o feijão colhido está dentro das expectativas.
No Paraná, o aumento da área plantada também foi significativo, resultando em uma produção estimada de 330 mil toneladas na primeira safra, mais que o dobro das 160 mil toneladas registradas no ano passado.
Milho e soja: perspectivas e desafios climáticos
As lavouras de milho seguem em excelente condição, consolidando uma safra promissora. Com apenas 6% da área plantada dedicada ao milho, a produtividade está alinhada com as projeções iniciais.
Por outro lado, a soja, que ocupa 94% das áreas plantadas, enfrenta desafios. Apesar do bom desempenho inicial, a irregularidade nas chuvas desde a segunda quinzena de dezembro já impacta a cultura. Dos 265 mm de chuva registrados em dezembro, 85% caíram na primeira quinzena. Desde então, apenas 35 mm foram contabilizados, combinado com altas temperaturas e sol intenso.
A produção estimada de soja na microrregião de Pato Branco é de 1,3 a 1,35 milhão de toneladas, o equivalente a 6% da produção estadual. Contudo, relatos de campo indicam que áreas já apresentam sinais de redução na produtividade. O retorno das chuvas será crucial para evitar maiores perdas e reavaliar as projeções.
Plantio da segunda safra e colheita inicial de soja
Com o avanço da colheita do feijão, os produtores começaram o plantio da segunda safra de milho e soja. No entanto, a falta de chuvas pode atrasar esse processo, pois o solo seco aumenta os riscos para o plantio.
A colheita de soja também começou, mas ainda em caráter pontual, com menos de 1% das áreas colhidas. A produtividade inicial é considerada dentro do esperado, mas as condições climáticas atuais levantam dúvidas sobre a manutenção desses números para o restante da safra.
Rumo à resiliência
Embora a produtividade do milho esteja consolidada e a colheita de feijão tenha bons resultados, a irregularidade das chuvas representa um desafio significativo para a soja e o plantio da segunda safra. A agricultura na microrregião de Pato Branco segue forte, mas os próximos passos dependerão diretamente do comportamento climático nas semanas que se seguem.
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