Safra do Paraná atinge produtividade recorde no trigo

A colheita do trigo avança em ritmo acelerado pelo Paraná, com expectativa de confirmar recorde histórico de produtividade mesmo diante das dificuldades climáticas enfrentadas durante o ciclo. Segundo o Boletim de Safra do Deral (Departamento de Economia Rural), divulgado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) nesta quinta-feira (30), já foram colhidos 83% dos 819 mil hectares semeados em 2025. As médias superam 3.300 kg por hectare, superando os resultados anteriores e devendo consolidar a maior produtividade já registrada no Estado, acima dos 3.173 kg/ha de 2016.

Apesar do rendimento excepcional, o volume total produzido será inferior ao de outras safras, refletindo uma redução de 25% na área plantada em relação a 2024. A produção de trigo está estimada em 2,75 milhões de toneladas, 18% acima do ciclo anterior, mas abaixo das 3,66 milhões de toneladas de 2023. Isso exigirá a importação do cereal de outros estados e países para suprir a demanda industrial, já que o Rio Grande do Sul segue como líder nacional em produção.

O preço pago ao produtor pelo trigo está em R$ 64,00 por saca, abaixo do custo variável de R$ 73,00. Há um ano, a previsão era de R$ 76,00 por saco.

Soja, milho e hortifrúti

A soja confirmou sua relevância com 5,77 milhões de hectares plantados e 71% da área já cultivada dentro do calendário ideal, segundo Edmar Gervásio, analista do Deral. As chuvas recentes favoreceram o desenvolvimento das plantas, e a expectativa é de que o plantio finalize na primeira quinzena do próximo mês. O preço da soja segue estável, entre R$ 115,00 e R$ 122,00 por saca, e o Brasil deve colher 177,64 milhões de toneladas nesta safra, segundo dados da Conab, volume 3,6% superior ao anterior.

O milho da primeira safra registrou crescimento de 20% na área, ocupando 337,8 mil hectares, em função do recuo no plantio de feijão. A produção pode chegar a quase 4 milhões de toneladas, com preços firmes na casa dos R$ 52,00 por saca, valor 8% menor que o ciclo passado, mas ainda acima do custo variável de R$ 40,00.

No segmento de hortifrútis, a área e produção de batata 1ª safra registra retração para 2025/26, já o tomate se mantém estável e eficiente no rendimento. A cebola apresenta a maior variação negativa, com queda de 15% na área e 17% na produção.

Boletim Conjuntural Semanal também destaca o bom desempenho da suinocultura, com preços recordes de suíno vivo em setembro (R$ 7,16/kg) e margens positivas para o produtor. O setor lácteo mostra sinais de recuperação, enquanto a fruticultura segue forte nas regiões de Paranavaí, Curitiba, Jacarezinho, Cornélio Procópio e Maringá, lideradas por culturas de laranja, morango, uva e goiaba.