A colheita da safra de verão avança na microrregião de Pato Branco e, segundo o levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), cerca de 66% da área destinada à soja já foi colhida. Nos municípios onde o plantio foi realizado mais cedo, a colheita está praticamente concluída, enquanto a região sul do núcleo regional, que teve um plantio mais tardio, segue em ritmo acelerado e deve finalizar os trabalhos até o fim de março.
De acordo com o técnico da Seab/Deral, Ivano Luiz Carniel, a produtividade da soja tem se mostrado muito boa, embora não alcance os níveis de uma supersafra. A estimativa atual aponta para uma média de 4.025 quilos por hectare, superando o recorde anterior da safra 2022/2023, que foi de 4.013 quilos por hectare. Caso os números se confirmem até o encerramento da colheita, esta será a maior produtividade já registrada na história da cultura na região.
A colheita do milho da primeira safra também está avançada, com 90% da área já colhida. Embora a cultura ocupe uma área menor em comparação à soja, a produtividade surpreendeu positivamente, com relatos de produtores colhendo entre 550 e 600 sacas por alqueire, o que equivale a um rendimento médio de 12 mil quilos por hectare. Esse índice representa um recorde para a cultura do milho na região.
Segunda safra e desafios climáticos
Com a finalização da safra de verão, o técnico do Deral explica que os produtores já se voltam para a segunda safra, que está 100% plantada na região. No entanto, o forte calor registrado desde o final de janeiro e a irregularidade das chuvas têm gerado incertezas sobre o desenvolvimento das lavouras.
A principal cultura da segunda safra na região é o feijão, que, apesar da redução na área plantada em relação ao ano passado, continua sendo um setor estratégico. Em 2023, foram cultivados 117 mil hectares, enquanto, nesta safra, a área foi reduzida para 90 mil hectares. Ainda assim, os 15 municípios da microrregião de Pato Branco respondem por 30% da produção estadual de feijão na segunda safra.
Por outro lado, a área plantada com milho segunda safra cresceu 30%, totalizando 40 mil hectares, o maior índice dos últimos quatro anos. O aumento reflete a atratividade da cultura, impulsionada pela valorização dos preços. Atualmente, a saca de milho é comercializada a R$ 73,00, um valor 32% superior ao mesmo período do ano passado, quando estava em R$ 55,00.
Já a soja de segunda safra mantém uma participação pequena, com 16 mil hectares plantados, representando apenas 5% da área cultivada na primeira safra.
Preocupação com o clima
A principal preocupação dos produtores agora é a condição climática. A irregularidade das chuvas pode afetar o potencial produtivo das lavouras, especialmente na segunda safra. No entanto, há expectativa de que um retorno das precipitações em bom volume possa ajudar na recuperação das plantações.
Os próximos levantamentos do Deral devem trazer uma visão mais precisa sobre o impacto do clima na produção e as projeções finais da safra na região de Pato Branco.
Comentários estão fechados.