De acordo com ele, quando se fala do engajamento do setor privado na questão ambiental, o primeiro grande evento é a mobilização do sistema financeiro através das três grandes plataformas privadas no seu papel e na ajuda no processo de transição para uma economia de mais baixo carbono. Rial se refere aos três maiores bancos: Itaú, Bradesco e o Santander.
“A preservação da Amazônia não é um tema puramente, dependendo com quem você fala, de caráter político. A preservação da Amazônia é, entre outras coisas, essencialmente, através do mercado mundial de carbono, uma prova de que ela vale mais preservada do que destruída”, ponderou Rial.
Para o presidente do Santander, a Amazônia, se preservada de forma inteligente e coerente, tem um valor inestimável ao Brasil. Mas esse valor hoje, diz ele, não está contabilizado no PIB. “Falamos aqui hoje de toda uma economia que acaba não sendo capturada nas suas métricas contábeis. O que os três maiores bancos privados têm feito é ter trazido para si a responsabilidade desse processo de transição, mas de também encontrarmos o caminho de um desenvolvimento sustentável dentro da floresta e não somente a partir de São Paulo”, disse Rial.
Ele afirmou que existe dentro do Brasil um distanciamento que deveria ser encurtado. Nesse caso, disse ele, os três bancos tiveram o mérito de mobilizar um conselho consultivo com pessoas conhecidas da academia, mas também do mundo empresarial e da região.
“Tivemos a humildade de aprender como podemos ser uma força de transformação para que consigamos encontrar modelos que permitam as populações locais a terem uma vida digna e crescimento econômico sem colocarmos em risco a preservação da floresta”, afirmou o presidente do Santander.
Rial enfatizou ainda que pela primeira vez se vê o setor financeiro brasileiro, de maneira mais clara, prestando contas à sociedade. “Agora no mês de setembro, nós temos o Dia da Amazônia, vai haver um evento de algumas horas em que os três presidentes destas três organizações Itaú, Bradesco e Santander estarão prestando contas do que cada um está fazendo individualmente no intuito de construir uma agenda que seja parte da solução.”
Rial disse que a partir dai que foram travados diálogos com a indústria de carnes para ver como se pode trazer uma série de frigoríficos menores e ajuda-los na formalização e preservação.
De acordo com Rial, falar em meio ambiente e governança é também falar em negócios. O Brasil, de acordo com ele tem um potencial ambiental enorme, mas precisa transformá-lo em modelos econômicos viáveis. “Somos uma potência ambiental e temos que influenciar o resto do mundo. O Brasil tem que se tornar uma bolsa de neutralização de emissão de carbono”, disse o presidente do Santander.
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