Como foi viver um traficante de pessoas?
Este é um dos maiores aprendizados que já tive trabalhando. De maneira nenhuma tentei procurar uma forma que o personagem encontrasse redenção, nada justifica o que ele faz, mas procurei humanizá-lo.
Qual foi o seu maior desafio para compor o personagem?
No meu trabalho de ator, eu me proponho a me experimentar no lugar do outro e o outro não só estava distante, como foi difícil não julgá-lo, não ficar com raiva. Então, foi um trabalho doloroso, tive dificuldade em me reciclar internamente. Sim, é só um personagem, mas eu estava ali, me emprestando para aquilo. Mas, neste momento, eu fico feliz de ter feito, acho que valeu a pena.
Qual é a lição que podemos tirar do filme?
A gente está falando do trabalho análogo à escravidão, mas, no fundo, estamos tocando numa ferida muito profunda que é a desigualdade social. Estamos levantando esse cenário terrível de violação grave dos direitos humanos e, ao mesmo tempo, acho que a dor sai como um dilema moral, porque o filme toca nessa ferida.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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