O Santos terá de se contentar com a disputa dos mata-matas da Copa Sul-Americana. Será um prêmio de consolação por terminar na terceira colocação da chave na Libertadores. Ficou na frente do Strongest no saldo de gols e ainda terá chances de um título internacional no ano.
A eliminação em Guayaquil repete a campanha de 1984, quando foi ainda pior, acabando na lanterna em chave com o Flamengo e os colombianos América de Cali e Junior Barranquilla.
Antes de jogar na Sul-Americana, os santistas viram a chave para o Brasileirão. Já no sábado visitam o Bahia, na Fonte Nova. Buscará se redimir do vexame e tentará ajustar o setor defensivo, que já sofreu incríveis 33 gols em 22 jogos na temporada (12 partidas no Paulistão e outras 10 na Libertadores, somando a fase prévia).
O Santos entrou em campo com desfalques de peso. Sem seu astro Marinho, machucado, no comando do ataque, ainda perdeu Fernando Diniz na beirada do gramado. Punido em dois jogos pela Conmebol por expulsão contra o Boca Juniors, na estreia, o treinador acabou impedido de dirigir a equipe em Guayaquil. Márcio Araújo tinha a dura missão de conduzir a equipe diante do líder, invicto há 18 jogos em sua casa e sonhando com o topo da chave. Necessitava de um ponto. E foi além, com a vitória.
Acabar com a invencibilidade do Barcelona era apenas uma das ingratas missões da noite santista na rodada final da fase de grupos. Ainda se fazia necessário torcer por um tropeço do Boca Juniors, em plena Bombonera, diante do Strongest. Duro, mas não impossível na visão dos paulistas.
A novidade na escalação foi a entrada de Ivonei, volante de origem que por vezes se transformou em terceiro zagueiro para avanço dos laterais Pará e Felipe Jonatan. A ideia de usar a velocidade para surpreender não deu certo.
Com somente seis minutos já veio a notícia que ninguém esperava: os argentinos abriram o placar em Buenos Aires. Para piorar, Kaio Jorge falhou na cara do goleiro e os equatorianos encaixaram um contragolpe mortal. O lateral Quiñonez cruzou da esquerda e Díaz apareceu sozinho para empurrar às redes.
A missão quase impossível ganhou conotação de dramática com menos de 15 minutos. Com pouco tempo de bola rolando e atrás do placar, os brasileiros sentiram o gol, foram todo ao ataque e a desorganização ficou evidente em campo. Nervosos, viram Hoyos desperdiçar ótima chance de ampliar. Castillo também assustou. O Barcelona aparecia na frente de João Paulo com enorme facilidade. Díaz fazia o que queria.
Os equatorianos desperdiçaram muitos gols e acabaram cedendo o empate antes do intervalo. Lucas Braga bateu forte, Burrai empatou e Kaio Jorge empatou. O gol que faria renascer as esperanças santistas veio no mesmo momento em que o Boca ampliou.
O Santos voltou do intervalo com Marcos Leonardo na frente para aumentar o poderio ofensivo. Tentava pressionar e levou nova ducha de água fria com outro gol de Díaz. Felipe Jonatan parou no lance pedindo uma falta. Carente de um armador, o time de Diniz ainda mostrava enorme fragilidade atrás.
Com a vantagem, o Barcelona foi trocando suas principais peças. Os equatorianos descansavam e o Santos não se achava em campo. Ciente do terceiro gol do Boca e conformado com a eliminação, não demonstrava forças para buscar o empate e ainda deu espaço para Montaño ampliar.
FICHA TÉCNICA
BARCELONA_EQU 3 x 1 SANTOS
BARCELONA-EQU – Burrai; Castillo, León, Riveros, Quiñónez; Molina, Carcelén (Oyola), Díaz (Cortez) e Martínez (López); Hoyos (Montaño) e Garcés (Mastriani). Técnico: Fabián Burgos.
SANTOS – João Paulo; Pará (Madson), Kaiky, Luan Peres e Felipe Jonatan; Vinícius Balieiro (Kevin), Ivonei (Lucas Lourenço) e Gabriel Pirani; Ângelo (Marcos Leonardo), Kaio Jorge e Lucas Braga. Técnico: Márcio Araújo.
GOLS – Díaz, aos 14, e Kaio Jorge, aos 46 minutos do primeiro tempo; Díaz, aos 8, e Montaño, aos 31 do segundo.
CARTÕES AMARELOS – Castillo e Carcelén (Barcelona); Kaiky, Lucas Lourenço e Kaio Jorge (Santos).
ÁRBITRO – Andrés Rojas (Colômbia).
LOCAL – Monumental de Guayaquil.
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