Marcilei Rossi e AEN
O Paraná inaugurou na quinta-feira (2), em São João, o quarto Parque Urbano do Estado e o primeiro a contar com o Poliniza Paraná. Foi no município que surgiu a ideia da criação do projeto prevê a criação de abelhas nativas sem ferrão em colmeias instaladas nos parques.
O projeto está sendo desenvolvido no Parque Ambiental Antônio Gasparetto. No local havia risco de danos à área devido ao processo de erosão. Agora, após o investimento de R$ 492,8 mil liberados pelo Instituto Água e Terra (IAT), o espaço na rua das Hortências com a São Francisco se tornou palco da sustentabilidade, somando 59 mil metros quadrados.
Em 2019, alunos do 3º ano da Escola Municipal Castro Alves, escreveram uma carta, em que pediam à Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), a proteção das abelhas, em função de sua importância na manutenção da biodiversidade. Já nesta quinta, o secretário Everton Souza, conheceu os estudantes.
As abelhas promovem a polinização de muitas espécies da flora e produzem o mel, duas ações que representam a funcionalidade e os benefícios para a natureza e para os seres humanos. Elas são responsáveis por polinizar cerca de 70% das plantas agrícolas. Até o momento, 23 prefeituras já aderiram ao projeto e há previsão de mais 18 até o momento.
“Em São João, entregamos o primeiro Parque Urbano integrado com o Poliniza Paraná. Fizemos questão de render uma homenagem aos alunos e ao corpo docente, que enviaram uma carta à Secretaria, pedindo para proteger as abelhas e respeitar esse serviço ambiental que elas exercem”, destacou Everton Souza.
As abelhas auxiliam na produção de cerca de 90% dos alimentos no mundo. Cerca de 100 espécies sem ferrão que ocorrem no Brasil estão em risco de extinção. A estimativa é que aproximadamente 90% foram eliminadas devido a ações humanas.
“Se as abelhas forem extintas podemos não sobreviver também. Só temos frutos bons por causa delas, pois fazem a polinização. Estamos contentes em saber que a nossa carta foi lida e que isso agora vai se estender para o Estado todo”, destacou a aluna Eduarda Letícia Fraga da Silva, que participou da construção da carta.
De acordo com a professora que coordenou o projeto, Ivonete Dias de Castro, a proposta era sensibilizar os alunos, mas novas ideias foram surgindo. “Eles foram se tornando ativos e isso resultou em uma carta endereçada ao secretário da pasta ambiental. Acredito que cada aluno que contribuiu com esse projeto será um cidadão consciente e crítico de que todos nós precisamos cuidar do meio ambiente onde estamos inseridos”, disse.
Os alunos da Escola Municipal Castro Alves também receberam a cartilha “Mila e as abelhas nativas sem ferrão”, elaborada pela Sedest. A personagem Mila é uma garotinha que adora animais e vive inúmeras aventuras com eles. Ela faz parte de uma coleção que tem o objetivo de promover a educação ambiental.
“Além do parque ambiental, temos as abelhas e uma estrutura para os moradores, como o clube de idosos e o centro de eventos”, destacou o prefeito em exercício de São João, Valdir Wiesenhüter.
Na área foram construídos playground; pista de caminhada; quadra de esportes; academia ao ar livre e áreas de promoção à educação ambiental.
A chefe do escritório de Pato Branco do IAT, Flávia Ostapiv destaca que além de recuperação de áreas passiveis de alagamentos, o projeto contribui com a comunidade, com áreas propícias para o lazer, somando ainda o fato de recomposição ambiental. Flávia também destacou a sensibilidade dos alunos ao escreveram a carta à Sedest com o pedido de que as abelhas do Paraná fossem salvas.
Municípios do Sudoeste
Que aderiram ao programa
Flor da Serra do Sul, Santo Antônio do Sudoeste e São João.
Previstos
Ampére e Mangueirinha.