Depois do empate por 0 a 0 no primeiro jogo da semifinal, no Allianz Parque, nova igualdade (por qualquer placar) levará a decisão para os pênaltis. O vencedor levará o título. Por ter feito a melhor campanha, o São Paulo leva a vantagem de fazer o segundo confronto em casa.
Disputado em cerca de três meses, o Campeonato Paulista merece o grau aumentativo também em função de sua rentabilidade. Nesta semana, o Estadão mostrou que o campeão paulista vai receber R$ 33,5 milhões. Para faturar esse mesmo valor, Palmeiras e São Paulo teriam de chegar ao menos na semifinal da Libertadores, quando receberiam R$ 40 milhões. Ou chegar também à semifinal da Copa do Brasil.
Para o São Paulo, o torneio estadual se tornou a primeira oportunidade da temporada de encerrar o jejum de nove anos sem conquistas. Do lado alviverde, o bicampeonato seria uma resposta às críticas depois dos reveses na Supercopa do Brasil e na Recopa Sul-Americana e de uma campanha irregular na primeira fase. Por essas razões, a taça está longe de ser “menor”.
O termo “Paulistinha” foi usado mais recentemente pelo presidente Maurício Galiotte, do Palmeiras, na decisão contra o Corinthians em 2018. O dirigente criticou a arbitragem por recuar depois de assinalar um pênalti de Ralf em Dudu por “interferência externa”, segundo ele. O Corinthians se sagrou campeão. “Esqueçam o Paulistinha. O Palmeiras vai brigar por coisas grandes”, disparou.
Para o técnico Hernán Crespo, a conquista é sinônimo de tranquilidade e respaldo para o restante da temporada. Vale o mesmo raciocínio para a diretoria, que tomou posse em janeiro. Foi por isso que o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, usou a expressão “Copa do Mundo” para se referir ao torneio. Um troféu se tornou ainda mais urgente depois da campanha no Campeonato Brasileiro do ano passado. Depois de abrir sete pontos na liderança, o time do Morumbi perdeu um título que estava bem próximo.
Essa obsessão orientou o planejamento da comissão técnica desde o início do torneio. Nas fases agudas, ele ficou ainda mais evidente. Com o aval dos diretores, o time poupou os titulares nos dois últimos jogos da Libertadores (Rentistas e Racing). Hoje é o segundo colocado da chave. Tudo para que o time principal fosse preservado para os dois jogos da decisão.
Todos os cuidados tiveram êxito apenas relativo. O clube confirmou que a meia Martin Benítez sofreu um estiramento na coxa esquerda, praticamente descartando o argentino na segunda decisão. Já o lateral-direito Daniel Alves sofreu um trauma no joelho e será reavaliado. O clube vive ainda a expectativa pela volta de Luciano e Eder, que também se recuperam de lesão.
“Neste momento, qualquer coisa que eu fale aqui não quero que vire desculpa. Mas é um fato, o calendário é assim. Vamos jogar uma final no Morumbi, vamos ver como os atletas estarão. Sabemos da dificuldade, mas a situação é essa e convivemos com ela”, afirmou Crespo após a partida desta quinta.
Para o Palmeiras, o torneio foi ganhando peso aos poucos. Depois que a Federação Paulista de Futebol negou o pedido de adiamento do jogo com o Corinthians, ainda na fase de classificação, o atual campeão passou a escalar um time B. Às vezes, até o C no torneio. A prioridade escancarada era a Libertadores.
Nas fases finais do estadual, a situação mudou. A escalação reserva passou a ser mais encorpada. Nas quartas de final diante do Bragantino, jogaram vários titulares – o gol da classificação foi marcado por Rony, destaque da temporada. Diante do Corinthians, na semifinal, a escalação foi a principal. Além disso, o técnico Abel Ferreira usou o time reserva na última partida da Libertadores, terça, no Allianz Parque – derrota por 4 a 3 para o Defensa y Justicia. Vale lembrar que o time já está classificado em primeiro lugar de sua chave.
Com um elenco recheado de opções, Abel deve repetir a escalação de quinta-feira. Ou pode optar pelo titular Matías Viña no lugar de Victor Luis na lateral-esquerda. “A história do jogo de quinta foi essa, no domingo pode ser outra. São jogos diferentes, basta ter um gol cedo no jogo que já vai ser diferente. Se não houver gols, será parecido”, analisou João Martins, auxiliar de Abel Ferreira.
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