Nesta quarta, o São Paulo apresentou problemas que não costuma ter sob o comando de Hernán Crespo. Errou passes em demasia e teve muita dificuldade para criar jogadas. O time deu sinais de cansaço em consequência da maratona de jogos. E a saída de Luciano e de Dani Alves no segundo tempo por sentirem dores musculares exemplifica bem a situação.
O jogo consolidou o experiente Miranda como titular na equipe de Crespo. Ele entrou no time contra o uruguaio Rentistas porque Léo estava suspenso, foi escalado no clássico contra o Corinthians pelo Paulistão e nesta noite foi mantido na equipe.
A primeira investida do São Paulo mostrou como a ofensividade dos alas é importante no time de Crespo. Reinaldo avançou pela esquerda e cruzou para Dani Alves, que estava na grande área mas chegou atrasado.
O lado esquerdo, aliás, logo se mostrou a melhor alternativa para o São Paulo atacar o Racing. Assim, aos 7 minutos, Reinaldo avançou de novo e cruzou do fundo. Pablo fez o corta-luz e Luciano finalizou de primeira, mas Árias evitou o gol com uma grande defesa.
O Racing tinha preocupações defensivas, mas não abdicava de tentar o gol. E quase conseguiu aos 15 minutos. Após bola levantada na pequena área, os atacantes do time argentino fizeram tabela de cabeça, Pizatti chutou na direção de Sigali, que e chutou. A bola bateu no travessão e bateu em cima da linha, para sorte do São Paulo.
Um problema do São Paulo eram os erros de passe. Isso, além de dificultar a criação de jogadas, permitia ao Racing roubar a bola e atacar. Quando a ação argentina era pelo chão, a defesa brasileira conseguia levar vantagem. Nas bolas pelo alto, porém, os jogadores do Racing costumavam complicar.
Quando conseguia colocar velocidade nas jogadas, o São Paulo levava dificuldades à defesa do Racing. Numa dessas investidas, Luciano foi derrubado por Piatti nas proximidades da área. Dani Alves cobrou muito bem a falta, aos 40 minutos, mas a bola acabou batendo no travessão.
A segunda etapa começou com os times cometendo muitas faltas, algumas bastante duras, a exemplo do que ocorreu no primeiro tempo. E o São Paulo, pelo menos, passou a tentar controlar a falta de paciência na construção das jogadas que caracterizou a atuação do time nos 48 minutos iniciais.
As primeiras chances na etapa foram do Racing, sem grande perigo, e o São Paulo, quando teve a sua aos 6 minutos, poderia ter tido melhor sorte se Luciano não tivesse optado por tentar cavar o pênalti – sem sucesso, obviamente.
A favor do atacante, o fato de que desde o fim da etapa inicial ele estava sem suas melhores condições, pois sentiu um problema aparentemente na coxa. Luciano acabou pedindo para sair e foi substituído por Gabriel Sara, de volta à equipe após se recuperar de contusão – ele ainda não havia jogado desde a retomada do futebol no Estado de São Paulo. Pouco depois, Dani Alves também sentiu um desconforto na coxa e também deixou o jogo.
O Racing passou a pressionar com mais afinco e, como o jogo estava ríspido e o juiz distribuía vários cartões, Crespo optou por tirar Bruno Alves e Luan, que estavam “amarelados”, para evitar o risco de expulsão. Não deu certo, porque William foi expulso menos de 10 minutos depois de entrar, num lance em que o juiz errou, pois o volante não atingiu o adversário como ele considerou.
Com um a menos, o São Paulo tratou de segurar o empate. Graças a Volpi, que fez grande defesa aos 49 minutos, num lance cara a cara com Godoy.
FICHA TÉCNICA:
RACING-ARG 0 x 0 SÃO PAULO
RACING-ARG – Arias; Cáceres, Sigali, Nery Domínguez e Mena; Novillo (Fértoli), Martínez, Leonel Miranda e Piatti (Moreno); Maggi (Cvitanich) e Lovera (Godoy). Técnico: Juan Antonio Pizzi.
SÃO PAULO – Tiago Volpi; Arboleda, Miranda e Bruno Alves (Léo); Dani Alves (Igor Vinícius), Luan (William), Liziero, Benítez (Eder) e Reinaldo; Luciano (Gabriel Sara) e Pablo. Técnico: Hernán Crespo.
CARTÕES AMARELOS – Cáceres, Novillo, Luan, Bruno Alves, Leonel Miranda, Reinaldo, Igor Vinícius, Crespo.
CARTÃO VERMELHO – William.
ÁRBITRO – Piero Mazza (Chile).
RENDA E PÚBLICO – Jogo sem torcida.
LOCAL – Estádio El Cilindro, em Buenos Aires, na Argentina.
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