Dom Edgar Xavier Ertl*
No dia 29 de junho a Igreja celebra a solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo e o Dia do Papa, hoje Francisco, com pregações e orações que traduzam amor, veneração, respeito e obediência ao Vigário de Cristo na terra, Cabeça da Santa Igreja Católica; todavia, a solenidade, na Igreja do Brasil, celebra-se no domingo seguinte, neste ano no dia 2 de julho. Pedro, o primeiro a proclamar a fé e o pastor das comunidades nascentes a partir de sua experiência com o Jesus de Nazaré. Paulo, o ícone da missão, da expansão do cristianismo e a formação de novos povos para o seguimento de Jesus Cristo e conhecido como o “Mestre e Doutor das Nações”. Paulo é o cristão que melhor viveu e anunciou Cristo em tempos e lugares novos.
Pedro, Apóstolo e rocha da Igreja
A figura de Pedro leva às origens do cristianismo; ele encontra Jesus de Nazaré, é chamado e decide seguir o Mestre, vive com ele todas as etapas de sua vida e seu ministério, recebe de Jesus a tarefa de guiar os fiéis, experimenta a fadiga de escolhas difíceis, não só durante a vida de Jesus, mas principalmente após a ascensão do Mestre e o Pentecostes. Em todos os quatro evangelhos e nos Atos dos Apóstolos, Pedro é o discípulo que mais aparece em primeiro plano e cujo perfil pessoal é traçado de mais nítido diante dos outros companheiros de missão. Pedro, depois de Jesus é o personagem mais em evidência nos evangelhos. No Evangelho de Mateus Pedro é o discípulo que tem uma relação especial com Jesus e está em primeiro lugar no grupo apostólico.
Pedro, com sua vida e sua missão, conduz pela mão até as origens do cristianismo, muito mais sofridas e conflituosas do que, muitas vezes, se possa imaginar. Os textos do Novo Testamento oferecem-nos um cenário de Pedro junto com a Igreja apostólica e radicada em Cristo. Pedro e a Igreja não podem ser separados, mesmo porque tiveram uma influência decisiva na compreensão sucessiva do Novo Testamento. O apóstolo Pedro foi para Roma, onde foi morto mártir durante a perseguição de Nero, crucificado em 64 d.C.; seu corpo foi colocado no Vaticano, na Via Aurélia, junto ao templo, defronte ao palácio de Herodes. A basílica de São Pedro, em Roma, foi construída sobre a necrópole onde foi sepultado o apóstolo.
São Paulo: Apóstolo, pregador e anunciador da experiência cristã
De perseguidor de cristãos a grade apóstolo da Igreja e modelo para todos os seguidores de Jesus Cristo, São Paulo ficou conhecido por ser um incansável pregador do Evangelho. No âmbito do cristianismo nascente a figura de Paulo de Tarso se projeta com toda a sua unicidade. Quase um terço das páginas do Novo Testamento gira ao redor dele, e praticamente a metade dos escritos – 13 dos 27 – levam diretamente seu nome. Paulo foi, ao mesmo tempo, missionário, fundador de comunidades, autor de escritos, teólogo, místico e mártir. Paulo um judeu consciente e orgulhoso de suas tradições, um helenista avesso às grandes cidades do império romano, um entusiasta de Jesus de Nazaré que, junto com outros discípulos, ele confessa como Messias e Senhor, morto e ressuscitado por todos. Nos escritos paulinos encontramos as características fundamentais de sua experiência e no seu encontro pessoal com o Senhor Jesus, iniciado com o acontecimento de Damasco (cf. At 9,1-43), ou seja, a virada decisiva na vida de Paulo. – Convencionalmente chamada de “conversão”. Neste contexto tem origem o “evangelho paulino” – sua missão de porta-voz da “boa-notícia”.
Comunidades cristãs petrinas e paulinas
A exemplo de Pedro e Paulo, pilares da missão, sejamos, pois, fiéis ao Evangelho de Jesus Cristo, vivido até o martírio pelos santos celebrados. Afinal, a comunidade construída sobre Pedro, a rocha, a pedra e sobre o testemunho e anúncio de Paulo, é a comunidade do amor, da comunhão, da fraternidade universal.
*Dom Edgar Xavier Ertl – Bispo da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão
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