Doença Renal Crônica atinge 850 milhões de pessoas no mundo

Especialistas orientam quanto a prevenção e alertam que os sintomas, quando aparentes, podem significar um quadro avançado da doença

Redação com assessorias

Perigosa, a doença crônica renal, na grande maioria dos casos, só apresenta sintomas de fácil identificação quando atinge estágios mais avançados. Ontem, dia 9 de março, foi celebrado o Dia Mundial do Rim, a data ressaltou a importância da prevenção e do tratamento adequado.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) estima-se que cerca de 850 milhões de pessoas no mundo, aproximadamente 11% da população, convivam com uma doença renal, sendo que ocorrem 2,4 milhões de mortes por ano.

A Nefrologista, Geovana Basso, explica que os rins são órgãos que desempenham funções imprescindíveis, das quais dependem o equilíbrio e o bom funcionamento do organismo. Sua principal e mais conhecida função, é a filtragem de substâncias tóxicas do corpo. Porém, o órgão vai além. “Ele é capaz de manter o equilíbrio entre os minerais do organismo (como sódio e potássio), regular o pH do sangue, equilibrar o volume líquido do corpo e produzir hormônios e substâncias benéficas para o organismo, como a vitamina D”. 

No Brasil, estima a SBN, que cerca de 10% da população, ou seja, 1 em cada 10 pessoas possui algum grau de Doença Renal Crônica, situação caracterizada por uma lesão no rim que persiste por mais de três meses, o que faz com que esse órgão não funcione como deveria. Em sua fase mais avançada, conhecida como Insuficiência Renal Aguda ou Crônica, os rins não conseguem mais manter a normalidade do meio interno do paciente.

“Insuficiência renal é a condição na qual os rins perdem a capacidade de efetuar suas funções básicas. Ela pode ser aguda, quando ocorre súbita e rápida perda da função renal, onde o quadro pode ser reversível, ou crônica, quando esta perda é lenta, progressiva e irreversível”, explica a médica. 

Entre os fatores que estão mais associados a manifestação da doença renal estão a hipertensão arterial (pressão alta) e a diabetes. Além disso, a obesidade, a idade avançada, e uma série de outros fatores podem ocasionar problemas nos rins, levando à doença renal crônica.

Sintomas

Segundo a Fundação Filantrópica Pró-Rim, grande parte da doença renal crônica é assintomática, ou seja, não apresenta sintomas que indiquem a alteração na função renal. Na maioria dos casos, os sinais aparecem no estágio mais avançado da doença. “Alterações na cor e presença de sangue na urina podem indicar alguma lesão renal”.

Para que as pessoas possam buscar o atendimento precoce, é importante ficar atento aos principais sintomas que são:

– Perda de apetite;

– Perda de peso;

– Inchaço;

– Dificuldade em controlar a pressão arterial;

– Falta de apetite;

– Mudanças na urina;

– Vômitos e náuseas.

Tratamentos

Especialistas da Pró-Rim explicam que a doença renal crônica não tem cura, mas a Terapia Renal Substitutiva (TRS) garante a manutenção e a qualidade de vida do paciente renal. “Entre as formas de terapia estão a hemodiálise, diálise peritoneal e o transplante renal”.

Um dos tratamentos indicados é a hemodiálise, onde um filtro ligado à uma máquina faz o papel do rim. “Já o tratamento conservador visa impedir a progressão da doença, além de preparar o paciente para a diálise e ele é indicado quando doença está em fase inicial”.

No caso da insuficiência renal crônica, ou seja, a perda total ou parcial da função dos rins, é indicado o tratamento de diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal) e o transplante renal. “No caso da hemodiálise, o paciente deve comparecer a clínica três vezes por semana, para realização do tratamento. Já a diálise peritoneal é realizada em domicílio. Apesar de serem processos diferentes, em ambos os casos o sangue do paciente passa por uma filtragem artificial, realizando a função que seria dos rins”.

O transplante renal acontece de duas maneiras, podendo o órgão ser doado de uma pessoa diagnosticada com morte encefálica ou de um doador vivo (familiar). “Apesar de muitos acharem ser a cura da doença, o transplante renal é considerado um dos tratamentos. Isto porque o paciente transplantado deverá manter o uso contínuo de alguns medicamentos, dieta e acompanhamento médico”.

Prevenção

Uma forma de prevenir a perda da função renal e, consecutivamente, os impactos causados, é o diagnóstico e tratamento precoce. “Vale lembrar que a doença renal é silenciosa. Os problemas renais podem ser identificados pela análise de urina e/ou de creatinina no sangue. Por isso é indispensável o cuidado com a saúde dos rins em cada visita médica de rotina e quanto detectada a doença, o paciente deve ser encaminhado ao atendimento médico”, afirmou a nefrologista.

A mesma lembra que alguns cuidados são essenciais para manter a saúde dos rins. “Além da hidratação, é importante que as pessoas adotem hábitos de vida mais saudáveis, como manter uma dieta equilibrada, praticar atividades físicas regularmente e ficar de olho em outras condições que acometem os rins, como a obesidade, diabetes, hipertensão, tabagismo e doenças cardiovasculares”, concluiu.

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