Glaucoma pode afetar até 112 milhões de pessoas até 2040

Você sabia que o glaucoma e a catarata são as principais causas de cegueira em todo o mundo? Devido a importância dessas condições oculares, foi instituído o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma e à Catarata, lembrado todos os anos no dia 26 de maio.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), a doença afeta 2 milhões de pessoas com mais de 40 anos no país. Já os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que foram diagnosticados aproximadamente 76 milhões de casos de glaucoma em 2020. A projeção para 2040 é de 111,8 milhões de diagnósticos. Esse aumento está diretamente ligado ao envelhecimento populacional global.

Um dos principais fatores de risco para desenvolver o glaucoma, bem como a catarata, é a idade. Portanto, essas duas condições oculares se tornaram uma questão de saúde pública, com a necessidade urgente de medidas preventivas e educacionais da população.

Glaucoma pode ser irreversível

A oftalmologista Maria Beatriz Guerios, especialista em glaucoma, explica que o glaucoma é de maior gravidade, pois a perda da visão é irreversível, diferentemente da catarata que pode ser curada por meio de uma cirurgia.

O glaucoma é o nome dado a um grupo de neuropatias óticas degenerativas e progressivas. Trata-se de uma doença ocular causada por danos no nervo óptico. “A doença é caracterizada pela degeneração das células ganglionares e das camadas de fibras nervosas da retina. O resultado desses danos é a perda irreversível da visão”, reforça Maria Beatriz.

A principal maneira de prevenir o glaucoma é medir a pressão intraocular (PIO), principalmente após os 40 anos. Isso porque é o aumento da PIO pode dar início ao processo de degeneração do nervo óptico. “Entretanto, hoje há evidências de que o glaucoma se desenvolve a partir de fatores vasculares, genéticos, anatômicos e imunológicos. Há muitas evidências científicas sobre o risco aumentado na população afrodescendente, por exemplo”, explica Maria Beatriz. Os estudos na área apontam que há diferenças na expressão do gene que controla a PIO, bem como diferenças ambientais que podem explicar a razão do glaucoma ser mais prevalente em certas populações.

Classificação

Há vários tipos de glaucoma. Podemos dividir em glaucomas primários: o de ângulo aberto (GPAA) e o de ângulo fechado (GPAF). E em secundários, cujo uma doença ocular associada, leva ao descontrole da PIO. “A incidência de cegueira a curto prazo é maior no glaucoma de ângulo fechado, apesar de ser menos comum do que o glaucoma de ângulo aberto”, cita a médica.

Impedir a progressão

Em relação ao tratamento, o principal objetivo é evitar a progressão da doença, ou seja, evitar que a pessoa perca a visão de maneira irreversível. “Entretanto, o acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento do glaucoma no Brasil, como em vários países em desenvolvimento, é um entrave para prevenir a cegueira causada pela doença”, conta Maria Beatriz.

Outro obstáculo é a adesão ao tratamento com colírios. Um estudo feito no Brasil apontou que apenas 54% dos pacientes diagnosticados com glaucoma seguem o tratamento. O motivo mais comum para a não adesão é o esquecimento.

Prejuízos do glaucoma

O glaucoma é uma doença silenciosa. Os sintomas podem aparecer quando já existe alguma perda da visão. Atividades que exigem a visão central e de perto, por exemplo, ficam comprometidas.

Dirigir ou reconhecer um rosto pode ser muito difícil para quem já perdeu parte da capacidade visual. Além disso, o glaucoma é um preditor significativo de depressão. A perda da visão causa sérios prejuízos, levando à incapacidade permanente para o trabalho, por exemplo.

“Outro ponto é que as consequências da perda da visão se estendem à família, pois há perda da autonomia, da renda e necessidade constante de auxílio, bem como do custeio dos medicamentos e demais tratamentos”, ressalta Maria Beatriz.

Prevenção

A chave para reduzir os casos de glaucoma, principalmente aqueles que evoluem para a perda da visão, é a consulta oftalmológica de rotina. “Após os 40 anos, recomenda-se medir a pressão intraocular todos os anos. Caso haja fatores de risco associados, como alta miopia, casos na família, entre outros, o ideal é acompanhar desde cedo”.

Fatores de Risco

  • Pressão intraocular elevada (PIO)
  • Idade avançada
  • Alta miopia
  • Histórico familiar da doença
  • Trauma Ocular
  • Fator racial
  • Diabetes
  • Pressão alta

*Fonte: Assessoria

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