Queda de cabelo pode piorar no inverno

Para quem não sabe, o corpo humano passa por muitas alterações seguindo as estações do ano, assim como acontece com os animais. Um dos sinais mais evidentes a serem observados nos próximos meses, com a chegada do inverno, é o aumento da queda de cabelo.

Segundo especialistas, os cabelos crescem, em média, um centímetro por mês. Nessa época de frio, acredita-se que perder em torno de 100 fios por dia ainda seja algo normal. Porém, a médica dermatologista Hellisse Bastos explica que “as quedas capilares, assim como unhas fracas e outras alterações na pele, estão fortemente relacionadas ao estado da nossa saúde. Elas são uns dos primeiros sinais de que pode haver deficiência/insuficiência de micronutrientes, vitaminas e até desequilíbrios mesmo hormonais”.

A médica pondera que a dermatologia é uma especialidade de prevenção, “pois ninguém morre de queda de cabelo, por exemplo. Nosso organismo é tão sábio que ele retira nutrientes de órgãos menos vitais e envia para os mais vitais para restabelecer a ordem. Por isso, as quedas de cabelo devem sempre ser investigadas no intuito de prevenir, trazer uma melhor saúde e, é claro, deixar os fios mais saudáveis”.

Se há situações em que a pessoa está com fios danificados, picaços, sem brilho e sem vida, Hellisse lembra que “a queda de cabelo não deve ser somente encerrada como uma questão estética. Daí é importante estar alerta, pois muitas doenças estão relacionadas a isso também”.

Contudo, algumas ações simples, do dia a dia, podem minimizar este problema. Segundo a dermatologista, “seguir algumas medidas podem ajudar a pessoa a ter cabelos mais fortes e saudáveis em todas as estações”. Elas são:

Higienizar o couro cabeludo

Para Hellisse, “é importante que a pessoa saiba utilizar os produtos corretos, na quantidade certa. Além disso, o mais recomendado é que a pessoa use produtos adequados para seu tipo de couro cabeludo, pois existem diferenças entre eles”.

Quem concorda com esta afirmação é a especialista em Cosmetologia Avançada e cientista, Jackeline Alecrim. “Assim como a pele, o couro cabeludo pode ser normal, seco ou oleoso. Por isso, a pessoa deve saber qual é o seu tipo, pois isso é primordial para escolher os produtos certos. Quanto a frequência de lavagem, ela é diretamente influenciada pelo tipo de cabelo e pelo padrão de produção de oleosidade de cada um. Mas o recomendado é que a frequência de lavagem não seja menos que três vezes por semana, para evitar acúmulo excessivo de sujeira, células mortas e oleosidade no couro cabeludo, já que isso aumenta a proliferação de fungos e bactérias, podendo causar dermatites no couro cabeludo.”

Evitar o uso de água muito quente

Nada mais normal do que tomar um banho quente em dias frios, não é mesmo? Porém, a médica dermatologista revela que “a água muito quente pode irritar o couro cabeludo, e isso leva a produção de oleosidade pelas glândulas sebáceas. Consequentemente, é um caminho aberto para a dermatite seborreica e caspa, além de ressecar a fibra do cabelo, deixando os fios sem brilho. Água morna é a melhor opção”, reforça.

Não vá dormir com o cabelo molhado

Outro grande problema para os cabelos pode acontecer quando a pessoa dorme com ele molhado, informa a dermatologista. “A umidade presente no couro cabeludo pode ser um facilitador para a proliferação de fungos e bactérias causadoras de dermatites e caspa. Portanto, na hora de dormir, seque bem os cabelos”, destaca.

Cuidado com a temperatura do secador

Falando ainda em temperaturas elevadas, a cientista destaca que “o excesso de calor pode desnaturar a queratina, que é a principal proteína do cabelo. Vale lembrar que ela é de grande importância para saúde capilar, pois é a responsável pelas propriedades mecânicas dos fios, como elasticidade e resistência. Nesse caso, a melhor forma de se cuidar é mantendo o fluxo do secador no mínimo a 15 centímetros de distância da mecha que está sendo modelada”.

Mas, atenção: Jackeline pondera que, “se por um lado o calor do secador torna o trabalho mais rápido, por outro o dano ao fio pode ser maior. Por isso, não concentre o jato de ar quente no mesmo local por um longo período. O ideal é sempre mudar a direção da temperatura para não tostar os fios”

Estresse e ansiedade podem trazer sérios problemas

O estresse tem uma íntima relação com a saúde capilar. Considerando que, há mais de um ano, as pessoas têm vivido dias de ansiedade e insegurança por conta da pandemia, é preciso ficar atento aos cabelos, pois eles também podem sofrer com isso. “Invista em medidas que minimizem os efeitos desses sentimentos no ciclo capilar. Pratique uma atividade física, encontre um hobby que ocupe seus pensamentos positivamente, alimente-se de forma saudável e durma bem”, completa a médica dermatologista.

Seu cabelo caiu? Não se desespere.

Existem estudos que evidenciam que, nessas situações de estresse fisiológico, como a vivida atualmente pela humanidade, o ciclo capilar pode ser alterado, fazendo com que muitos fios migrem abruptamente para a fase telógena, responsável pelo “descarte” do cabelo. Esse tipo de manifestação, chamada de eflúvio telógeno, pode ser provocada quando a pessoa sofre uma infecção, como uma pneumonia, ou até mesmo um estresse psicológico importante, e também tem se demonstrado um relato cada vez mais frequente em quadros pós-covid-19.

A boa notícia é que, não é preciso se desesperar. Como define Jackeline, a tendência, após quadros de eflúvio telógeno, é que os fios sejam recuperados. “O paciente pode ter uma perda abrupta, mas como não se trata de uma doença no couro cabeludo, mas sim uma condição transitória, esse cabelo tende a ser recuperado”.

Caso o paciente tenha doenças prévias ou alteração anterior no couro cabeludo, como uma calvície, por exemplo, o quadro merece uma atenção especial para evitar a dificuldade de reposição de fios que pode ocorrer. Neste caso, é indicado procurar um dermatologista. (Assessoria)

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