Você sabia que crianças e adolescentes que venceram o câncer precisam de acompanhamento endocrinológico por toda a vida?

Sabemos que as crianças estão cada vez mais conseguindo vencer as doenças graves, como o câncer, graças aos avanços científicos da medicina. Mas cerca de 40% a 50% dos sobreviventes ao câncer desenvolvem pelo menos uma alteração endocrinológica ao longo da vida.
Crianças e adolescentes que tenham passada por quimioterapia, e principalmente por radioterapia, apresentam um risco muito maior de deficiências hormonais, e precisam ser acompanhados de perto. A deficiência de hormônio do crescimento é a mais comum dessas alterações, podendo vir até mesmo quando feito radioterapia em baixas doses.
Outras alterações, como puberdade precoce ou ausência de puberdade, alterações na tireoide, no controle de água e sal do organismo (diabetes insípidos) também podem ocorrer.
Essas alterações hormonais, podem não estar presentes na primeira consulta, mas sabemos que elas podem aparecer até mesmo após mais de 30 anos do tratamento com radioterapia.
Após essas crianças terem conseguido vencer o câncer, a cada seis meses, em média, é fundamental que essas crianças sejam avaliadas.
A cura do câncer infantil é uma grande vitória, agora basta cuidar a longo prazo do que pode vir associado ao seu tratamento!
Procure um endocrinologista pediátrico!

Bruna Breowicz de Bitencourt é médica endocrinologista pediátrica. CRM PR 35.175 / RQE 27.864

Quase 60% de crianças e adolescentes chegam para atendimento com nível da doença avançado

O diagnóstico precoce faz toda a diferença no sucesso do tratamento do câncer infantojuvenil, primeira causa de morte entre crianças e adolescentes (de 0 a 19 anos) no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Se diagnosticado precocemente, cerca de 80% dos casos de câncer alcançam a cura. Mas infelizmente, a grande maioria dos pacientes chega ao atendimento com a doença mais avançada.

Um estudo feito pelo Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, englobando dados de pacientes atendidos entre os anos de 1998 e 2017, mostrou que 57,6% deu entrada com câncer em nível já avançado. Apenas 8,8% chegaram com o primeiro estágio da doença, e 33,5%, com o segundo.

A leucemia é o tipo mais comum de câncer em crianças, seguido de tumores do sistema nervoso central e linfomas. Os cânceres em crianças e adolescentes são considerados mais agressivos e se desenvolvem rapidamente. Por outro lado, os pacientes infantis respondem melhor ao tratamento e as chances de cura são maiores, se comparado com o público adulto.

Mas a dificuldade para fazer diagnóstico precoce e para chegar aos centros especializados de tratamento são as principais causas que levam à alta mortalidade por câncer infantil no Brasil. Enquanto a taxa nos Estados Unidos é de 22 mortes por milhão, no Brasil o índice fica em 43,4 por milhão, ou seja, praticamente o dobro. Os dados refletem a realidade até 2019 e constam em um levantamento sobre o panorama da oncologia pediátrica no Brasil feito pelo Instituto Desiderata com o apoio técnico de profissionais da Fundação do Câncer, do Instituto Nacional de Câncer e da Iniciativa Global da Organização Mundial da Saúde para o Câncer Infantil na América Latina e Caribe.

Sinal de alerta

A leucemia é o tipo mais comum de câncer em crianças, seguido de tumores do sistema nervoso central e linfomas e muitas vezes, os sintomas do câncer podem ser confundidos com doenças comuns da infância por isso é importante estar atentos aos seguintes sinais:

  • Dores nos ossos, principalmente nas pernas, com ou sem inchaço
  • Palidez inexplicada
  • Fraqueza constante
  • Aumento progressivo dos gânglios linfáticos
  • Manchas roxas e caroços pelo corpo, não relacionados a traumas
  • Dores de cabeça, acompanhadas de vômitos
  • Perda de peso, com aumento/inchaço na barriga
  • Febre ou suores constantes e prolongados
  • Distúrbios visuais e reflexos nos olhos.
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