Sem recursos para importar insumos, a produção de radiofármacos pelo Ipen foi paralisada ontem, 20, e já começa a faltar no setor regulado da medicina nuclear.
“A crise no fornecimento de molibdênio-99 que será gerada pela falta de aprovação deste orçamento, trará consequências diretas a todos os laboratórios de medicina nuclear do Brasil, sendo responsável pela imensa maioria dos exames, incluindo exames e terapias oncológicas e cardiológicos dentre outros”, informa o documento.
Outro produto que não será mais produzido, o Tecnécio-99m, por exemplo, é o radiofármaco utilizado para realização de todos os exames de Cintilografia, informam as entidades. No Brasil, sua produção é feita exclusivamente pelo Ipen, em virtude de impedimentos constitucionais para que o setor privado possa fazê-lo.
“Ressalta-se que apenas 3% da produção mundial de Geradores de Tecnécio é feita, em virtude de barreiras legais, por laboratórios estatais. Caso não haja uma solução imediata, os mais de 470 laboratórios de medicina nuclear espalhados pelo território nacional estarão impossibilitados de realizar exames cintilográficos, que utilizam tecnécio-99m, e terapias oncológicas com utilização de iodo-131, lutécio-177”, afirma o documento.
De acordo com a Abdan e a SBMN, cerca de mais de 10 mil pacientes por dia, da rede pública e privada, deixarão de ser atendidos por exclusiva falta de material radioativo. Em todo Brasil, cerca de 2 milhões de pacientes dependem de radiofármacos.
Procurado, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação informou que aguarda para esta semana a votação do Projeto de lei 16/21, que vai liberar R$ 34 milhões para o Ipen. O órgão, porém, precisa de mais R$ 55 milhões para garantir a produção de radiofármacos até o final do ano.
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