A doença é considerada atípica quando é originada dentro do próprio organismo do bovino, normalmente em animais com idade mais avançada. O objetivo da análise laboratorial é confirmar essa classificação e descartar a influência de fatores externos no caso, o que poderia influenciar na comercialização para o mercado externo.
A notícia desencadeou um movimento de queda nos contratos futuros do boi gordo na B3 e no mercado físico, em virtude de maior cautela do setor quanto a uma possível restrição nas exportações de carne bovina brasileiras.
“No (mercado) físico, nós já estávamos observando um recuo nas cotações da arroba do boi gordo, em função do aumento da oferta de gado confinado em algumas praças pecuárias. Com esse caso da doença, a tendência é que o mercado continue frouxo”, disse Torres.
O especialista comentou, ainda, que os grandes frigoríficos decidiram suspender as exportações até que a situação seja esclarecida. “Isso é bom porque mostra o comprometimento da cadeia brasileira com a segurança alimentar”, acrescentou.
Questionado sobre os relatos do caso atípico, o Ministério da Agricultura disse que o Brasil adota procedimentos de vigilância, investigação e notificações recomendadas pela Organização Mundial de Saúde Animal. “Casos em investigação são corriqueiros dentro dos procedimentos de vigilância estabelecidos e medidas preventivas são adotadas imediatamente para garantir o controle sanitário. Uma vez concluído o processo em investigação, os resultados serão informados”, informou o ministério em nota, sem dar mais detalhes.
Os contratos futuros de boi gordo na B3 despencaram ontem com a informação sobre a doença identificada no animal em MInas. O vencimento de outubro, o mais líquido, fechou o dia com queda de R$ 13,60 por arroba, a R$ 296,95/arroba.
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