“Os fatos ocorridos no último sábado foram graves e precisam ser investigados de forma ampla e irrestrita. Minha formação profissional e humanística repudia, de forma veemente, a maneira como aquela ação foi executada. Seis dias depois do episódio, com um novo comandante à frente da PM, com todos os procedimentos investigatórios instaurados e após prestar contas à Assembleia Legislativa, à OAB e ao Ministério Público, entreguei meu cargo ao governador Paulo Câmara, com a certeza do dever cumprido e mantendo nosso compromisso com a transparência e o devido processo legal”, declarou Antonio de Pádua em nota.
Assim como o novo secretário interino da pasta, Pádua também era delegado federal e esteve à frente da Secretaria de Defesa Social (SDS) desde 1º de julho de 2017. O novo secretário fazia parte da equipe desde o início da gestão.
Pádua afirmou que jamais deixou de assumir suas responsabilidades como coordenador das forças de seguranças do Estado. “Tenho a plena consciência de que as instituições são mais importantes que as pessoas. E devem seguir, cada vez mais fortes e sintonizadas com os anseios de todos. Finalizo meus trabalhos neste cargo com a tranquilidade do dever cumprido e com a certeza de que a política pública de segurança do Estado seguirá vitoriosa”, disse.
Na manhã da última sexta-feira, Paulo Câmara empossou o novo comandante da PMPE, o coronel Roberto Santana, que assume o posto do coronel Vanildo Maranhão.
“A missão dada ao secretário Freire e ao comandante Roberto é que o episódio do último sábado não seja esquecido, para que nunca se repita. Os protocolos precisam ser revistos para que um comando de tropa na rua não possa se sentir autônomo a ponto de agir da maneira que agiu”, disse o governador.
No último sábado, 29, uma manifestação contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, no Recife, terminou em tumulto. A polícia interrompeu o ato que, segundo participantes, acontecia de maneira pacífica, e atirou com balas de borracha e lançou bombas de gás lacrimogêneo contra os presentes.
Dois homens foram gravemente feridos pelos tiros e perderam parte da visão. O governo garantiu que iria indenizar as vítimas e, no mesmo dia, Câmara ordenou a abertura de inquérito para apurar o caso.
Segundo especialistas, a ação expõe o risco de radicalização política nas PMs.
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