Secretário Estadual de Saúde comenta realização de baile teste

No domingo (9), um baile promovido em um clube de danças em Pato Branco serviu como evento teste para a Vigilância Sanitária do município, que autorizou a realização e também monitorou o evento.

Conforme o Diário do Sudoeste divulgou na edição dessa terça-feira (11), os 375 participantes representam 17% da capacidade normal do local. Ainda, segundo a chefe da Vigilância Sanitária, Cirlei Wagner dos Santos, todos foram orientados a utilizar máscara ao circularem pelas áreas comuns, como setor de pista de danças, área de sanitários e em deslocamentos.

Também na matéria da terça, Cirlei explicou que o baile foi realizado após a publicação da Portaria 3/2021, que possibilita a realização de eventos com dança, mas também festas infantis, desde que o local da festa tenha um Plano de Contingência aprovado pela Vigilância, mas que também é necessário a autorização para que o evento também ocorra. Portanto, são imprescindíveis essas duas autorizações.

Ela também afirmou que a diferença do evento de domingo — que foi monitorado, com a Vigilância tendo o contato de todas as pessoas que estiveram no local — para a realidade de bares que tem música ao vivo é de que, no clube, foi permitido o uso da pista de dança.

Nessa terça-feira (11), o secretário Estadual de Saúde, Beto Preto, em entrevista à RPC, comentou a realização de eventos testes. Beto Preto afirmou não ter conhecimento se a área técnica da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) teve conhecimento da realização de eventos teste.

O secretário lembrou que se o evento ultrapassou às 23h já há o descumprimento do decreto estadual, que estabelece o toque de recolher. Vale ressaltar que, no caso do evento teste de Pato Branco, o baile foi realizado no período da tarde e início da noite.

Beto Preto também ponderou que “mesmo com um pouco das flexibilizações das medidas nos últimos dias, continuamos com nossos hospitais lotados”. O secretário estadual apontou ainda que os efeitos da vacinação já são observados no Paraná, principalmente na população idoso, ao que ele comentou que muitas pessoas estão precisando de atendimento hospitalar por coronavírus.

“Sem querer estragar o baile de ninguém, (…) não é hora ainda de baile, de festejar de madrugada, porque nós temos muitas dificuldades para controlar. O número de leitos no Paraná é muito grande, mas ele hoje se encontra com as UTIs [Unidades de Terapia Intensiva] 93% ocupadas”.

Também, de acordo com a RPC, a promotora Silvana Cardoso Loureiro, que responde pela primeira Promotoria do Ministério Público do Paraná (MPPR), na comarca de Pato Branco, tentou impedir a realização do evento argumentando o atual momento da pandemia e como seria realizado o controle dos participantes, levando em conta ainda ser um ambiente fechado.

O Diário tentou contato com a promotora por meio de sua assessoria nesta terça-feira.

Questionamentos

Ao longo da terça muitos foram os questionamentos da população quanto a realização do evento teste.

Um dos questionamentos feitos foi do leitor Luciano Minghini, que além de cobrar esclarecimentos questionou por meio das redes sociais. “Esse experimento [baile teste] está registrado no Conselho Nacional de Saúde? Quem é o pesquisador ou instituição de pesquisa responsável pela validação do rigor metodológico? A amostra participante terá algum tipo de tratamento especial caso seja contaminado, prioridade de leitos, respiradores ou vacina por terem participado de um experimento desse nível de risco? Existe algum método de controle para verificar se a contaminação da amostra ocorreu no experimento ou posteriormente?”

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