Responsável por uma grande mobilização nas redes sociais em dias de jogo do PSG pela Champions, com a hashtag #NeyDay, Neymar convocou a torcida parisiense. E usou palavras fortes, algo que foge um pouco ao seu estilo. “Acho que todo parisiense deveria acreditar em nós! Estou na linha de frente e serei o primeiro guerreiro a entrar na batalha pela equipe. Vou dar o melhor de mim e farei de tudo para trazer isso de volta, não importa o que aconteça, mesmo que tenha que morrer em campo”, afirmou o atacante em entrevista ao site do clube.
Depois de perder por 2 a 1 no Parque dos Príncipes, na semana passada, o Paris Saint-Germain precisa de uma vitória por dois gols de diferença. Ou vencer por um gol de diferença, desde que marque três vezes ou mais. Se devolver o placar, a decisão da vaga na final será nos pênaltis. “Tivemos uma partida de ida muito difícil contra o Manchester City, mas temos de acreditar, independentemente do que as estatísticas digam ou da nossa porcentagem de hipóteses de vitória”, disse o brasileiro.
O desafio do atacante brasileiro com mais gols na história da Liga dos Campeões – 38 contra 30 de Kaká – é ainda mais espinhoso porque ele não vive sua temporada mais goleadora. Embora os torneios ainda estejam na fase final, ele fez 15 gols em 26 jogos, média de 0,57. Nas últimas temporadas, os números foram 0,7 no ano passado, 0,82 em 2018/2019 e 0,93 em 2017/2018. Ou seja, o Paris precisa dos gols de Neymar, mas eles não estão saindo como antes.
Esta é sua 8ª participação pelo torneio, desde a edição 2013/14. O atacante brasileiro conquistou uma única vez o principal título de clubes da Europa. Foi na temporada 2014-2015, ainda pelo Barcelona. Em 2020, o PSG bateu na trave e ficou com o vice, após ser derrotado pelo Bayern de Munique na decisão. “Esta tem sido uma temporada diferente para o Neymar, com algumas lesões. Mas ele foi fundamental quando esteve em campo, sempre com gols e assistências”, diz Dorival Junior, técnico de Neymar em 2010.
O brasileiro pode ter a obrigação de resolver o jogo desta terça “sozinho”. O atacante Kyllian Mbappé viajou com a delegação do PSG, mas não tem sua presença confirmada. Por causa de uma lesão na panturrilha direita, o francês não participou da vitória sobre o Lens por 2 a 1, no sábado, pelo Campeonato Francês. Em vídeo publicado pelo jornal Le Parisien, o craque aparece mancando ainda no embarque rumo à Inglaterra. Para substituir Mbappé, um dos artilheiros da Liga dos Campeões com oito gols, o técnico Maurício Pochettino tem duas opções ofensivas: os italianos Icardi e Kean.
A equipe perde muito sem a estrela francesa. Quando Neymar ficou fora das oitavas de final por causa de uma lesão no músculo adutor da coxa esquerda, Mbappé segurou as pontas diante do Barcelona. Após o retorno do brasileiro, o craque de 22 anos continuou em alto nível diante do Bayern. No torneio, o clube francês entrou em campo em dez oportunidades com 22 gols. Neymar e Mbappé participaram diretamente em 17 deles, com gols ou assistências. Isso representa 77% do total. “Neymar vem fazendo uma boa temporada nos números. Acho sim que ele pode ser decisivo, é óbvio. Mas não vejo nele esse líder absoluto do PSG. Acho até que o time francês é mais dependente do Mbappé”, opina Neto, ex-jogador, apresentador e comentarista da Band.
Os franceses vão precisar de mobilização convocada por Neymar, mesmo que virtual. Invicto, o Manchester City chega para o confronto com uma campanha de 10 vitórias em 11 jogos. Foram 23 gols marcados e apenas quatro sofridos. Em comparação, o time francês obteve até aqui seis triunfos, um empate e quatro derrotas, com 21 gols a favor e 12 contra. “Vai ser necessário sermos agressivos e cirúrgicos. Vai ser uma batalha”, afirmou Pochettino.
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