Nós temos o desejo de nos sentir amados. Toda pessoa necessita de ar, água, comida para viver. Há uma expectativa em nosso corpo de que pelo menos essas três necessidades sejam satisfeitas. De modo semelhante, como pessoas que saímos do amor, temos uma expectativa permanente. Ser amados. Quando saímos de Deus, que é amor, para sempre saímos marcados com essa expectativa, com esse desejo. Temos a sede e a fome permanente de ser amados.
Tínhamos uma expectativa ao chegar a este mundo, a receber aquilo que recebemos quando fomos formados pelo amor. Por amor, Deus nos criou e com ele nos marcou e selou. Essa é a maior fome e o desejo maior do ser humano. E a maior frustração é quando isso não ocorre. Nenhum de nós foi amado pelo pai e pela mãe tanto quanto Deus nos ama e nos amou. Assim, sempre continuamos com saudade de Deus. Santo Agostinho definiu isso, dizendo: “meu coração só encontrará sossego quando repousar em Deus”.
Assim, quando não recebemos oxigênio, água e comida, nosso corpo tende a morrer. Aquele que não se sente amado, querido e desejado, tem dentro de si um instinto e desejo de querer morrer. Mesmo que na maioria das vezes isso permaneça em nível inconsciente, escondido dentro da pessoa.
Tal desejo nem sempre é admitido explicitamente, mas parece expresso em frases deste tipo: para mim nada dá certo, não sei por que eu vim a este mundo, não sei por que nasci, não sirvo para nada, ninguém gosta de mim. Se eu morresse de uma vez, assim ao menos terminaria de sofrer, alguns dizem. E tantas outras expressões de autodesprezo, todas elas manifestam indireta e inconscientemente o instinto de morrer e o desejo de desaparecer. Se nós não satisfazermos o nosso corpo com bebida, comida, ar, nós morremos.
Em nível emocional, a pessoa que não se sentiu amada, que não tem correspondida a essa expectativa, carrega dentro de si o desejo de morrer. E a solução é o amor que vem de Deus pelo Espírito Santo. Por isso, caro leitor, amemos e nos deixemos amar pelas pessoas, porque Deus nos ama.
Padre Ezequiel Dal Pozzo
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