Nesta terça-feira, 18 de março, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgou, durante audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná, o relatório detalhado das ações realizadas no último quadrimestre de 2024. O evento, promovido pela Comissão de Saúde, presidida pelo deputado Tercílio Turini (MDB), cumpre a Resolução nº 459/2012 do Conselho Nacional de Saúde e a Lei Complementar Federal nº 141/2012, que determinam a elaboração de relatórios quadrimestrais pelo gestor do SUS (Sistema Único de Saúde).
Investimentos e Resultados em Saúde no Paraná
No período analisado, a Sesa investiu R$ 6,655 bilhões em ações e serviços de saúde, equivalente a 12,24% da receita líquida de impostos do estado, que totalizou R$ 54,377 bilhões. Desse montante, R$ 5,678 bilhões foram liquidados, representando 10,44%. Esses recursos impulsionaram iniciativas como o Opera Paraná, programa que avança na redução das filas de cirurgias eletivas.
O Plano Estadual de Saúde foi outro destaque, com cinco diretrizes, 24 objetivos, 88 metas e 177 ações. Entre os avanços estão:
- Qualificação da gestão em saúde: dois cursos com 577 participantes;
- Cobertura da atenção primária: aumento para 91,95% no Paraná;
- Redução da gravidez na adolescência: taxa caiu para 9,1%;
- Cirurgias eletivas: diminuição de 37,13% na fila de espera superior a 12 meses;
- Atendimentos aéreos: 3.932 operações realizadas em 2024.
Opera Paraná: Foco nas Cirurgias Eletivas
O programa Opera Paraná, agora na terceira fase, recebeu aporte de R$ 950 milhões do governo estadual, sendo R$ 600 milhões nas fases iniciais e R$ 350 milhões anunciados recentemente. Segundo o diretor-geral da Sesa, César Neves, o estado enfrentava um atraso de 200 a 250 mil cirurgias eletivas pós-pandemia, desafio que vem sendo superado com a descentralização da saúde. “Nosso objetivo é realizar cirurgias de média complexidade mais perto dos paranaenses, especialmente nas regiões afastadas dos grandes centros”, afirmou.
Desafios e Questionamentos na Audiência
O deputado Arilson Chiorato (PT) questionou a ausência do secretário Beto Preto e a falta de menção aos repasses do Ministério da Saúde no Opera Paraná. O diretor-executivo da Sesa, Ian Sonda, esclareceu que os recursos do programa são exclusivamente estaduais. Sobre os R$ 1,7 bilhão em restos a pagar, explicou que os empenhos integrais garantem a continuidade das obras. Já a espera por leitos de saúde mental, corrigida para 13 dias em média, conta com alternativas como o CAPS-AD.
Outros deputados, como Dr. Leônidas (CDN), indagaram sobre metas não cumpridas. César Neves destacou a heterogeneidade do estado e a regionalização da saúde como estratégias para reduzir desigualdades. Luis Corti (PSB) elogiou a coparticipação estadual na hemodiálise, essencial para os 9 mil pacientes com doença renal crônica no Paraná.
Atenção aos Idosos e Mortalidade Materno-Infantil
Marcia Huçulak (PSD) abordou a “epidemia de quedas” entre idosos, sugerindo campanhas de prevenção. A Sesa respondeu com ações como a caderneta 60+ e o manual de prevenção às quedas, desenvolvido com a UFPR. Sobre a mortalidade materno-infantil, César Neves reconheceu o desafio, apesar do Paraná liderar em consultas pré-natal (média de sete por gestante). Ele anunciou a construção de dez novas maternidades e um tutorial de emergências obstétricas com o CRM-PR.
Dengue e Vacinação
Tercílio Turini questionou o Método Wolbachia, que utiliza mosquitos Aedes aegypti para combater dengue, zika e chikungunya, e a vacinação. César Neves informou que o método avança, mas a oferta de vacinas ainda é limitada. A expectativa é que a vacina do Butantan, aplicável a maiores de 60 anos, esteja disponível em seis meses a um ano.
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