A campanha Setembro Amarelo é de extrema importância para a prevenção do suicídio. Há alguns mitos e tabus relacionados a esse tema, como a noção equivocada de que, se tocar no assunto, irá se incentivar o ato suicida. Ao contrário disso, ações como essa servem para divulgar espaços onde a pessoa possa se informar, se colocar e até pedir ajuda e é fundamental porque o suicídio é uma emergência médica e um grave problema de saúde pública pelos altos índices no Brasil e no mundo.
O problema é muito frequente entre os jovens de 18 a 24 anos e há uma incidência grande entre idosos, após os 65 anos, ainda mais em homens.
As causas são multifatoriais, tais como: transtornos mentais; alterações hormonais; hereditariedade; crises vitais e circunstanciais.
Sabe-se que quase 100% dos suicidas padeciam de algum transtorno psiquiátrico, entre eles os quadros depressivos e/ou bipolaridade; as dependências químicas, inclusive o alcoolismo; os transtornos de personalidade; as esquizofrenias e o transtorno de ansiedade.
Os sinais de risco de suicídio podem se apresentar como um pedido de ajuda, com frases falando de morte como solução para os problemas; falando do direito ao suicídio; falas niilistas, descrentes e desesperançadas; e isolamento social e afetivo.
Às vezes, por excesso de escrúpulos, se perde a oportunidade de ajudar um amigo ou familiar. É preciso oferecer auxílio, perguntar se a pessoa quer conversar, desabafar. É importante tocar no assunto, investigar ideação suicida e sugerir que procure atendimento médico e psicológico.
Se a pessoa está passando por este problema, se estiver padecendo de pensamentos que lhe incitam o ato suicida, é preciso que procure ajuda em algum serviço de emergência médica; no CAPS; ou atendimento à distância pelo CVV, pelo número 188.
Setembro Amarelo
Pelo oitavo ano consecutivo, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) promove, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a campanha Setembro Amarelo, cujo tema este ano é “Agir salva vidas”. A ação foi iniciada no Brasil em 2014 e visa a reduzir os índices de suicídio.
O presidente da ABP, Antonio Geraldo da Silva, disse que o tema foi escolhido porque trata de forma direta a questão mais importante da campanha, que é agir pode salvar vidas. “Ao ajudar com ação efetiva de buscar assistência médica, você pode fazer a diferença na vida de quem está sofrendo com ideação suicida”, afirmou o especialista. Segundo ele, o suicídio é um tema que sofre com o preconceito. “Ainda existe muito tabu e só com informação correta conseguimos conscientizar as pessoas de que o suicídio pode ser evitado. Precisamos informar a todos como ajudar, porque agir salva vidas”, reiterou.
O relatório Suicide Worldwide in 2019, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, revelou que naquele ano mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio, o que representa uma a cada 100 mortes. No Brasil, são aproximadamente 13 mil pessoas por ano. Antonio Geraldo da Silva disse que, em geral, no mundo, o número de mortes por suicídio caiu mas, nas Américas, a taxa subiu 17%. Por isso, campanhas como o Setembro Amarelo são tão importantes. (Agência Brasil)
Comentários estão fechados.