De acordo com o texto divulgado pelo sindicato, a Olimpíada, que terá a participação de 11 mil atletas de todo o planeta, é um risco para a possível chegada e a propagação de novas cepas da covid-19.
O documento apresentado para o Ministério da Saúde deixa claro que, mesmo se a competição for realizada sem público, a chegada de todos os envolvidos com os Jogos Olímpicos, desde atletas e árbitros até jornalistas, pode ser propícia para que novas cepas apareçam no Japão.
“Para os atletas será duro, mas alguém tem que pedir o cancelamento dos Jogos. Por isso, pedimos isso. O governo tem uma importante missão, que é proteger a vida dos cidadãos e deve mostrar uma postura clara com relação a isso”, disse o médico Naoto Ueyama, representante do sindicato.
Os especialistas japoneses estão chamando o atual momento da pandemia no país de quarta onda. O número de novos casos está acima de 5 mil por dia, cinco vezes mais do que se via há dois meses. Boa parte do Japão está em estado de emergência até o próximo dia 31, enquanto que a vacinação ainda está engatinhando, com menos de 2% da população imunizada.
“40% dos médicos em atividade já ultrapassaram o limite de horas extras e 10% está trabalhando o dobro do limite legal de horas. Esta carência de médicos é um fator que afeta muito nosso sistema. O governo precisa reduzir o número de médicos”, afirmou um sindicalista.
Os Jogos Olímpicos enfrentam grande resistência no Japão por conta do aumento do número de casos. Ainda assim, o Comitê Olímpico Internacional (COI) se disse otimista em reverter a opinião pública com o sucesso da Olimpíada. O evento está previsto para acontecer entre os dias 23 de julho e 8 de agosto. Poucos dias depois começará a Paralimpíada, de 24 de agosto a 5 de setembro.
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