Eduardo Dala Costa
Na última semana, o Congresso Mercado Global de Carbono – Descarbonização & Investimentos Verdes teve como destaque a temática “Economia Verde” e os benefícios que a preservação e sustentabilidade podem trazer aos empresários que optam por seguir essa linha, jogando todos os holofotes para o assunto a partir da proposta de um sério debate em centenas de painéis.
O ministro Paulo Guedes, por exemplo, fez uma reflexão sobre como o Brasil só vai garantir sua posição de exportador, sendo aporte do mercado europeu e norte-americano pela segurança energética e alimentar, se conseguir se destacar como uma potência verde, que preserva recursos ambientais e avança na transição para fontes limpas de energia.
Depois, presidentes de alguns bancos destacaram que a energia produzida no Brasil é uma das mais limpas do mundo e que, na hora de exportar, é possível precificar esse diferencial. Foi destaque ainda que a Economia Verde é responsável por 22% da carteira de crédito dos bancos e que agricultores brasileiros são peças-chave na preservação ambiental e que, por isso, precisam ter uma espécie de incentivo ou compensação.
Para incentivar a Economia Verde, há modalidades de crédito em que o produtor monetiza a área preservada em sua propriedade, e os dirigentes das instituições acreditam que é preciso aumentar e variar oportunidades atraindo investidores para esse tipo de negócio.
Já é muito claro que o crescimento econômico tradicional, aquele que se utiliza de recursos naturais, os esgotando, está chegando ao seu limite. O Planeta Terra já não suporta mais esse tipo de exploração, e quem paga a conta somos nós, assim como todo o resto do bioma. Essa conta começa a ser cobrada agora, mas são as gerações futuras que apresentam sua subsistência comprometida.
A Economia Verde, através de um empreendedorismo que preserva a biodiversidade e tem como base a sustentabilidade, vai na via oposta, tornando o crescimento econômico ilimitado através de produtos e serviços que ainda pode agregar essa diferença em seu valor final, além de dar fôlego extra para que a humanidade viva em harmonia com o planeta.
Até mesmo Elon Musk, o homem cujo patrimônio é maior que o PIB de diversos países, em visita ao Brasil também na última semana, mostrou interesse na preservação da Amazônia, provavelmente por enxergar as cifras que estão embrenhadas em suas florestas.
Já é mais do que hora de, desde os pequenos empreendimentos, como a agricultura familiar e seus consumidores, até as maiores indústrias, repensarem sua produção a longo prazo, reavaliando seu modo de produção e consumo. Só assim saberão que abandonar a percepção individualista de somente gerar lucros para implementar ações de conservação ambiental também é uma opção rentável, além de obrigatória. Todos que querem chegar no futuro sabem que preservar o presente é, agora mais do que nunca, um imperativo.
Engenheiro ambiental e vereador em Pato Branco