Depois de quase nada de futebol na Neo Química Arena – apenas seis minutos jogados – e muita polêmica, o Brasil só quer pensar em futebol. Enquanto a Fifa ainda decide o que fará em relação ao clássico suspenso, a equipe de Tite busca a oitava vitória nas Eliminatórias para se aproximar ainda mais da classificação ao Mundial do Catar.
Mesmo com um asterisco na classificação, o Brasil lidera com folga as Eliminatórias, com 21 pontos somados e 100% de aproveitamento. A vantagem é de seis pontos sobre a Argentina, que tem 15. Já o Peru ocupa a sétima posição, com oito pontos.
Os brasileiros enfrentam os peruanos pela 13ª vez nas Eliminatórias e defendem o retrospecto de nunca ter perdido para o rival no torneio classificatório. Foram oito vitórias e quatro empates até o momento.
O compromisso diante dos peruanos é o último desta rodada tripla de setembro, que impôs desafios ao técnico Tite. Ele nunca antes teve de lidar com tantos desfalques. São 13 agora, quase todos eles vetados por seus clubes de defenderem a seleção em razão da obrigação de cumprirem quarentena no retorno ao Reino Unido. A pedido da CBF, essas equipes podem ser punidas pela Fifa.
“É muito difícil qualquer seleção do mundo ficar sem 11 selecionáveis, a maioria titular e ainda assim conseguir resultados. Isso tem que ser valorizado”, disse o lateral Danilo. Ele reconheceu que a equipe, embora esteja invicta na competição, precisa de ajustes para melhorar suas apresentações. Contra o Chile, o time venceu por 1 a 0 em Santiago, mas não jogou bem.
“Muitas vezes, não mantemos o mesmo nível de atuação dentro da partida durante muito tempo. É uma coisa que a gente pode melhorar, que depende muito mais de nós, enquanto jogadores, termos uma concentração ali durante os 90 minutos, a mais do que temos. Isso vai fazer com que a gente tenha mais equilíbrio, vença partida e dê menos chances aos adversários”, avaliou Danilo, o único jogador presente em todas as partidas da seleção nas Eliminatórias.
Marquinhos foi desconvocado e também não está à disposição. Ele teria de cumprir suspensão no último domingo, contra a Argentina, mas o jogo acabou suspenso. A CBF não recebeu garantias da Fifa de que Tite poderia escalar o defensor e, por isso, preferiu liberá-lo para voltar ao Paris Saint-Germain.
É provável que Lucas Veríssimo seja titular na defesa ao lado de Éder Militão. O zagueiro do Benfica foi titular nos cinco minutos de duração do clássico com a Argentina, suspenso após a entrada no gramado de agentes da Anvisa para retirar atletas argentinos que teriam descumprido as regras sanitárias. Gerson e Everton Ribeiro, as outras mudanças de Tite diante dos argentinos na Neo Química Arena, também devem permanecer entre os titulares. A escalação, portanto, não deve sofrer alterações, algo raro.
Ao contrário do que ocorreu em São Paulo, onde houve 1500 convidados no jogo que não terminou, na Arena Pernambuco não haverá público nem convidados por decisão do governo pernambucano. O ofício, assinado por Ana Paula Vilaça, secretária executiva de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, diz que a partida “está autorizada a acontecer sem a presença de público e/ou convidados”. Cada seleção deve ter direito apenas a uma carga pequena de ingressos para no máximo 50 pessoas, entre dirigentes e autoridades.
O Peru não poderá contar com o atacante Paolo Guerrero, que defende a Internacional e está suspenso pelo acúmulo de amarelos. O time treinado por Ricardo Gareca também sofreu a baixa do meio-campista Sergio Peña, cortado após sofrer uma lesão no último confronto com a Venezuela em Lima.
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