No total, os 25 lotes suspensos têm 12,1 milhões de doses. O Ministério da Saúde não informou quantos desses imunizantes foram usados nem qual será a orientação para quem tomou essas vacinas.
Estados e municípios foram orientados a não usar mais esses produtos – a interdição é válida por 90 dias, até que os técnicos da Anvisa analisem as condições da fábrica da Sinovac, parceira do Butantan, onde foi realizado o envase.
A Secretaria da Saúde paulista disse que não foram registrados eventos adversos no grupo que tomou as injeções. Disse também aguardar orientação federal sobre a distribuição de uma remessa de 1,5 milhão de doses entregues na sexta-feira.
O Paraná informou ter recebido apenas 3,2 mil doses de um dos lotes suspensos, mas não disse quantas foram usadas. Segundo o governo estadual, essa remessa foi distribuída para as regionais nos dias 28 de julho e 13 de agosto.
Outro lote de 338,2 mil doses, parte da remessa interditada, tinha previsão de chegar anteontem a Curitiba, mas foi redirecionado de volta a São Paulo.
O Estado Rio disse ter recebido só um dos lotes, com 547,8 mil doses, cuja distribuição ainda estava em curso. A capital fluminense informou que 1.206 pessoas foram imunizadas com doses suspensas. O Ceará distribuiu 3 mil doses dos lotes suspensos para Fortaleza, mas não detalhou a aplicação. Amazonas, Roraima e Distrito Federal disseram ter recebido remessas sob interdição, mas ainda não haviam distribuído.
Dados do Ministério da Saúde compilados pelo Estadão por meio da plataforma Base dos Dados mostram que quase todas as doses dos lotes suspensos foram aplicadas em São Paulo. Até 31 de agosto, São Paulo tinha aplicado 3.314.292 doses desses lotes, enquanto outros 19 Estados juntos foram responsáveis por usar 14 mil doses.
Conforme esses dados, de bases oficiais, não há registros do uso desses lotes em seis Estados e no Distrito Federal. Há atrasos entre a aplicação da vacina e a inserção da informação no sistema federal, portanto este número pode estar defasado. A notificação dos dados é feita manualmente por funcionários das unidades de saúde, o que pode levar a erros de digitação.
Em nota, o Butantan rechaçou “alarmismo” e afirmou que o imunizante é seguro. Disse também que todas as doses foram atestadas pelo “rigoroso controle de qualidade” do instituto. A Sinovac disse também que essas linhas de envase foram inspecionadas e aprovadas pelas autoridades da China em março.
Rigor sanitário
Diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri diz que processos legais, como o adotado na interdição pela Anvisa, precisam ser respeitados, o que garante a segurança das pessoas. “Esperamos que seja o menor tempo possível de liberação.”
Ele também não vê a necessidade de medidas muito diferentes para monitorar os vacinados com doses dos lotes interditados, já que a medida foi tomada por causa do envasamento. “A vacina é a mesma”, afirma. (Colaboraram Fernanda Nunes, Bruno Villas Bôas e Ítalo Lo Re)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Comentários estão fechados.