A sucata ferrosa é um dos principais insumos usados na produção do aço. Na opinião de Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa), “as usinas estão baixando há alguns meses os preços da sucata de obsolescência (insumo de material em desuso), com reflexos negativos nos ganhos dos catadores (mais de 1 milhão em todo o país), desestimulando a coleta e achatando ainda mais a renda daqueles que mais precisam neste momento”.
Para Alvarenga, as usinas atuam como um oligopsônio no mercado e querem controlar os preços dos insumos. Alvarenga lembra que, em um período de dois meses, a tonelada de aço teve uma queda de apenas 6,5%, enquanto a sucata de obsolescência 50%.
Uma empresa recicladora disse à S&P que as usinas acumularam grandes níveis de estoque de sucata de obsolescência (insumo de material em desuso recolhido por catadores) nos últimos meses e estão comprando apenas o necessário, a conta-gotas.
Apesar dos argumentos de altos estoques das usinas, o consumo de sucata no Brasil vem reagindo desde o final do ano passado, puxado pela forte retomada da indústria da construção civil e maior procura por aço, podendo superar 9 milhões de toneladas neste ano, 13,1% acima de 2020, que foi de 7,957 milhões de toneladas.
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