A executiva diz acreditar que fechará mais três parcerias para o mercado brasileiro até o fim de 2021. Segundo ela, mudanças na legislação – como a regulamentação da telemedicina, realizada no ano passado, já no contexto da pandemia de covid-19 – ajudaram a aumentar o apetite de startups de saúde no Brasil. Esses negócios de tecnologia podem trazer soluções para reduzir custos de empreendedores locais, diz.
A IL Health faz parte de um esforço maior, da Câmara Brasil-Israel, de fazer a ponte entre startups israelenses e negócios brasileiros. Hoje, segundo a entidade, cerca de 300 negócios do país já prestam serviços por aqui. “Isso dobrou nos últimos cinco anos”, diz o advogado Renato Ochman, presidente da Câmara Brasil-Israel desde abril. Entre os setores na mira do grupo estão, além da saúde, agronegócio e segurança.
Israel tem hoje 70 unicórnios e registrou US$ 10 bilhões de investimentos em startups ao longo de 2020, alta de 30% em relação ao ano anterior. Para ampliar a interação com o Brasil, Ochman, ao assumir o cargo, chamou para sua diretoria nomes fortes, como Amos Genish, ex-presidente da Telefônica/Vivo e hoje no BTG Pactual; Felipe Steinbruch, que comenda a área de inovação da CSN; Guilherme Horn, presidente do Banco BV; Jack Magid, do Grupo Magnum (de segurança); e Pedro Wongtschowski, do Grupo Ultra.
Para Magid, do Magnum, que tem seus dois filhos morando em Israel, o intercâmbio entre os dois países está ainda no começo. Na opinião do executivo, essas empresas de tecnologia israelenses têm potencial de ocupar uma lacuna em setores estratégicos no Brasil.
O empresário passou a investir pessoalmente nessas startups – hoje já possui 14 em seu portfólio. Mas ele pondera que o movimento pode ser de duas mãos. “Agora estamos querendo levar startups do Brasil para lá”, diz. As chamadas missões, de empresários brasileiros para conhecerem ‘in loco’ as empresas israelenses, desde o começo da pandemia, passaram a ser feitas virtualmente.
Agricultura
Outra startup israelense que está atuando no Brasil é a Kaiima, uma agritech focada no melhoramento genético da mamona e que em 2017 chegou ao Brasil. “O Brasil é uma referência na agricultura e Israel é um país em que a agrotecnologia é muito desenvolvida”, afirma Edison Kopacheski, que comanda a operação local.
Segundo o executivo, a demanda local tem crescido por conta da maior procura pelo óleo da mamona. Um dos lançamentos recentes no mercado, que mostra o potencial do negócio, foi a fabricação de um tênis sustentável e totalmente reciclado. “É o único óleo vegetal com propriedades para se substituir o petróleo”, comenta, que diz ter recebido consultas de outras empresas interessadas em interagir com negócios de Israel.
Aos poucos, os acordos têm saído. Recentemente, por exemplo, a gigante do setor de alimentos BRF fez um aporte na israelense Aleph Farms, de proteínas criadas em laboratório. Um dos segmentos que tem registrado o de maior demanda no Brasil é justamente o da Aleph – classificada como “foodtech”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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