Plantas de lúpulo chegaram em duas etapas: transporte terrestre e avião, neste início de março e têm como destino sítio na divisa entre Pato Branco e Clevelândia
Um novo cenário, uma nova cultura, um novo ponto turístico. Tudo isso, o Sudoeste acabou de conquistar, com a mais nova plantação de lúpulo (Humulus lupulus L.) que foi implantada em solo sudestino. O empreendimento é uma iniciativa de Wagner Piaceski, que investiu os últimos três anos em planejamento financeiro e estrutural, para implementar o novo cultivo. As mudas de lúpulo chegaram em duas etapas. A primeira, no domingo 3 de março, por transporte terrestre. A segunda, no começo da tarde desta terça-feira, 5, aterrissou no Aeroporto Municipal Juvenal Cardoso, em Pato Branco.
No próprio domingo, mais de 900 mudas foram plantadas na propriedade da família, às margens do rio Pato Branco, divisa entre Pato Branco e Clevelândia. Um mutirão de cerca de dez pessoas trabalhou arduamente no plantio. Agora a plantação será completada, uma vez que as cem mudas restantes chegaram no começo da tarde desta terça-feira, 5, por transporte aéreo.
Para receber a plantação de lúpulo, a extensão de um alqueire, que anteriormente era arrendado para o cultivo de grãos, foi criteriosamente preparada nos últimos seis meses. As plantas exigem cultivo em altura (aparato) e irrigação constante. Wagner instalou o sistema de gotejamento que tem um painel de controle eletrônico, acionado conforme as variações climáticas.
Anteriormente, a terra recebeu adubos e fertilizantes específicos para o cultivo. Em seguida, eucaliptos de reflorestamento foram utilizados como palanques e escoras, junto a cabos de aço. É o chamado sistema de condução, é como um gigante “parreiral” que irá conduzir as plantas a quase seis metros de altura. A ideal é a planta receber iluminação constante. Por isso, o agricultor explicou que “agora será instalada a iluminação de campo para a suplementação das plantas e também distribuir o mix de sementes no corredor entre uma linha de plantio e outra. Ali vai nascer uma vegetação que também age como adubagem. O campo vai ficar muito bonito, com chão verde, em cerca de 20 dias”, estimou.
O uso do lúpulo remonta à antiguidade, tanto com aplicação medicinal quanto para a fabricação de cerveja, conferindo nesta bebida o sabor, o aroma e o amargor característico de cada variedade, além de auxiliar na conservação da bebida. As propriedades medicinais concentram-se em ativos anti-inflamatórios e efeitos diuréticos, agindo contra dor de cabeça e insônia, entre outros.
Seu cultivo é um negócio promissor para a agricultura familiar. Por outro lado, plantar lúpulo no Brasil tem se mostrado um desafio, que Wagner buscou desvendar com o respaldo técnico de um engenheiro agrônomo especializado no cultivo, vindo do Rio de Janeiro. Conforme estudos e análise em laboratório, chegaram à escolha das variedades Triumph, Comet e Cascade, para implantação no Sudoeste do Paraná.
Está ainda em fase de construção na propriedade a Central de Beneficiamento, o que significa que todo o lúpulo colhido vai ser beneficiado na mesma propriedade. Assim, o produtor tem a estimativa de criar também um novo empreendimento agro-turístico, uma vez que o local poderá receber visitação de acadêmicos, pesquisadores e também, da comunidade em geral, que poderá participar tanto do plantio quanto da colheita, como já acontece em determinadas culturas européias. Além disso, o visual da plantação pode ser inspirador para ensaios fotográficos e cinematográficos.
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