A tarifa de energia da Itaipu Binacional alcançou seu valor mais baixo em duas décadas. Revelado nesta quinta-feira 19 de outubro pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri, na Comissão de Infraestrutura do Senado. O Custo Unitário dos Serviços de Eletricidade (Cuse) foi fixado em US$ 16,71 kW para 2023, apresentando uma redução de 26% em comparação a dois anos atrás.
Esta tarifa, que permaneceu inalterada em US$ 22,60 kW de 2009 a 2021, sofreu uma queda de 8% em 2022, atingindo US$ 20,75 kW, graças à diminuição no pagamento da dívida da construção da usina.
Durante a audiência, solicitada pelo senador Esperidião Amin de Santa Catarina, Verri destacou o papel fundamental do diálogo e negociação com o Paraguai. “Conseguimos baixar a tarifa e preservamos os investimentos”, afirmou.
Em relação ao custo da energia no mercado, Itaipu se posicionou como a terceira opção mais econômica. Superando outras fontes como solar fotovoltaica, biomassa e gás natural. Verri também sublinhou que os consumidores residenciais das regiões Sul e Sudeste, principais beneficiários de Itaipu, pagam tarifas abaixo da média nacional.
Compromisso Ambiental da Itaipu
Para além de sua produção energética, Itaipu demonstrou um firme compromisso com a sustentabilidade. Verri destacou que a empresa não se limita apenas à geração de energia, mencionando a nota reversal 228, de 2005, que estabelece responsabilidade social e ambiental da Itaipu como componente essencial em sua atividade energética.
Sob essa visão, a Itaipu lançou diversas iniciativas verdes, incluindo o maior programa de reflorestamento feito por uma hidrelétrica. Plantando 24 milhões de árvores no Brasil. Esses esforços renderam reconhecimentos internacionais, como o prêmio Water for Life da ONU-Água. E a designação de áreas protegidas da Itaipu como parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pela UNESCO.
Além disso, Itaipu financiou importantes obras de infraestrutura, como a Ponte da Integração Brasil – Paraguai e melhorias na Estrada Boiadeira (BR-487). Contribuindo significativamente para o desenvolvimento regional.
Mais que Energia
Seguindo as diretrizes do Governo Federal, a atual gestão ampliou a área de abrangência da Itaipu para todos os 399 municípios do Paraná e 35 do Mato Grosso do Sul. Um reflexo dessa decisão foi o lançamento do programa Itaipu Mais que Energia, no mês de agosto, em parceria com a Caixa Econômica Federal.
O Mais que Energia foi aprovado pelo Conselho de Administração da empresa para seleção de projetos de até R$ 2 milhões em quatro eixos temáticos. Saneamento ambiental; energias renováveis; manejo integrado de água e solo; e obras sociais, comunitárias e de infraestrutura.
A iniciativa compreende uma área de 272 mil quilômetros quadrados e população de 11 milhões de pessoas somente no lado brasileiro. Municípios com menor IDH e menor arrecadação terão prioridade para a obtenção dos recursos. “Desta forma, conseguimos atender a um número maior de municípios. Com projetos que têm impacto positivo no meio ambiente, na vida útil do reservatório e na qualidade de vida da população”, afirmou Verri.
O diretor destacou também as ações para o desenvolvimento do próprio setor elétrico, como o plano de Atualização Tecnológica da usina, com investimentos previstos de US$ 956 milhões. E a revitalização do Sistema de Corrente Contínua associado à usina de Itaipu (HVDC), no valor de US$ 380 milhões.
“Os recursos investidos pela Itaipu para fortalecer o HVDC, por exemplo, não vão entrar na tarifa de transmissão, beneficiando diretamente o consumidor brasileiro”, sublinhou. “Desta maneira, mantemos o compromisso de contribuir com a modicidade tarifária para o consumidor brasileiro, com o desenvolvimento social e econômico do Brasil e do Paraguai. Além de garantir a competitividade e a sustentabilidade financeira da Itaipu Binacional”, concluiu.
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