A primeira a viajar é Nathasha, nesta quinta-feira. Ela tem se dedicado em dobro para chegar aos Jogos na melhor condição possível. A atleta conquistou, recentemente, a medalha de prata no arranco do Campeonato Pan-Americano, em Santo Domingo, na República Dominicana. Nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, em 2019, ela ficou em quarto lugar. A brasileira vai disputar a sua primeira Olimpíada e será a primeira a competir, no dia 24.
Dragos Stanica valorizou as qualidades da atleta nesta corrida contra o tempo. Segundo ele, o foco é reforçar o trabalho da brasileira para que ela tenha o melhor desempenho possível. Por ser a primeira experiência olímpica de Natasha, o planejamento a longo prazo também trata sua situação como uma forma de ganhar bagagem para Paris, em 2024.
“A Natasha foi notificada que vai a Tóquio há uma semana. Até então, ela não tinha noção, o que comprometeu muito sua preparação. Vamos fazer um trabalho para mobilizá-la. Se apoiar em qualidades físicas e técnicas que ela tem, ver o nível que está fisicamente. E fazer uma competição boa, que deixe ela bem e que vai preparar para os próximos Jogos Olímpicos, daqui a três anos”, explicou o treinador.
A situação é parecida com Jaqueline Ferreira, que também está garantida como melhor ranqueada das Américas em sua categoria. A oficialização de sua vaga aconteceu há somente um mês, o que interferiu na preparação, segundo Stanica. O técnico destaca, porém, que a atleta está voltando bem e a ideia é aproveitar sua experiência. Ela vai para a terceira Olimpíada da carreira e compete no dia 2 de agosto.
“Todas essas confusões de mudanças de regulamento influenciam muito. Mas a experiência da Jaqueline vai fazer a diferença, com certeza. Ela vai tentar usar todos os recursos que tem. É nosso objetivo estar entre os dez primeiros. A gente sempre teve esse objetivo, desde os primeiros Jogos que ela disputou até agora. E esperamos atingir”, projetou o treinador.
Stanica também fez questão de ressaltar o prejuízo dessa indefinição. Ele explicou que o problema está na hora do atleta “programar o cérebro para ir ao máximo”, sem saber se vai disputar os Jogos ou não. Isso é inevitável, segundo o treinador, mesmo que os pesistas tenham uma postura de profissionalismo.
“Não foi um sorteio, não teve uma data limite. Foi muito confuso, foram decisões inéditas e inesperadas. O atleta treina em busca de sua chance, mas isso cria um problema desnecessário que prejudica uma boa performance”, completou o técnico da Seleção.
FAVORITISMO E PRESSÃO – A situação mais confortável é a de Fernando Reis, apesar da pressão por ser um dos favoritos ao pódio em sua categoria. O brasileiro é a principal esperança de medalha para o Brasil e, segundo Stanica, tem o “melhor estágio e a melhor fase de preparo”, com nível alto e boa forma física.
Sua participação acontece somente no dia 4 de agosto. Em um cenário normal, isso poderia aumentar o “frio na barriga” do atleta, que vai a Tóquio no próximo dia 20. Para o treinador da seleção, porém, pode ser que isso seja amenizado neste ano, com todas as restrições da covid-19. “Normalmente, causaria um pouco mais de ansiedade. Para os pesados, é difícil competir no último dia. Você vê seus colegas competindo, passam os dias, isso cria um pouquinho de ansiedade”, explicou.
“Mas desta vez vai ser totalmente diferente. Vamos ficar presos dentro do quarto, não vamos poder sair ou assistir a competição, só pela TV. Os contatos são super reduzidos. Acho que dessa vez, a ansiedade vai ser até menor. Mas podem acontecer outras coisas porque é uma situação inédita, de isolamento”, ponderou o treinador.
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