“A análise da partida não pode ficar restrita aos minutos finais, uma vez que o Brasil teve boas oportunidades. Quando a gente está jogando com qualquer adversário, o tempo vai ser sempre nosso inimigo, a gente vai ter oportunidades de poder concretizar uma vitória, talvez antes de encerrar o jogo e eu acho que o primeiro tempo mostrou isso. Tivemos um volume grande de ações, oportunidades, mas aí a gente fica atrasando o resultado e quando nós atrasamos o resultado corremos o risco de acontecer o que aconteceu hoje”, disse o treinador, que também comentou sobre o componente emocional.
“Pressão por ter que vencer. Mesmo sendo amistoso nós fomos educados para sermos competitivos e vencer. E a gente acabou errando um pouco mais que o natural por causa dessa pressão e são esses momentos que vão ajudando a gente a entender que precisamos ser mais cirúrgicos. Hoje o resultado não acompanhou a performance. Acho que estivemos bem em boa parte do jogo, mas a gente não vai mandar nos 40 minutos, qualquer adversário vai ter o seu momento e aí nós não podemos estar com o placar tão apertado porque o erro pode ser fatal. Hoje também a opção de usar o goleiro-linha no final é porque a gente precisa ver essa ação, o que precisa melhorar. Talvez a gente tenha sido muito passivo, mas tinha o ingrediente emocional, por mais que você treine, o treino não substitui o jogo nessa questão do emocional. Então, a gente tentou buscar de todas as formas, mas acredito que a nossa vitória podia ter sido encaminhada no primeiro tempo e no segundo tempo mudar a estratégia do adversário, ter um pouquinho mais de posse e aí sim conseguir o resultado”, prosseguiu.
Nessa reta final de preparação, além do empate de quarta-feira, o Brasil venceu a Polônia, duas vezes, e o primeiro confronto contra a Sérvia. Com o pé no chão, o comandante fez um balanço do que viu dentro de quadra nesses quatro amistosos e projetou o início do Mundial.
“Muito equilibrado nas minhas avaliações. Precisamos melhorar em algumas coisas ainda. Acho que todas as equipes que vão para o Mundial, vão chegar com essa sensação. A gente vê o resultado dos outros amistosos, todo mundo tendo jogos duríssimos e isso é natural. Mas eu estou feliz pelo que a gente fez aqui nesses quatro jogos. Se a gente tivesse tido só momentos de facilidade e tudo tivesse sido bom, talvez nós pudéssemos arrastar uma falsa impressão. Mas com essa impressão do que vivemos aqui a gente sabe que vai precisar melhorar, se concentrar e vai ser páreo duro para todo mundo”, encerrou Marquinhos Xavier.
A delegação brasileira embarca nesta quinta-feira com destino à Lituânia para o início do Mundial. Maior vencedor da competição, com cinco títulos (1989, 1992, 1996, 2008 e 2012), o Brasil vai disputar o torneio pela primeira vez sob a direção da CBF.
A caminhada pelo hexa começa na próxima segunda-feira diante do Vietnã. No Grupo D do Mundial, o Brasil ainda terá pela frente na primeira fase a República Checa, no dia 16, e o Panamá, no dia 19.
Comentários estão fechados.