Curso aborda técnicas avançadas para o dimensionamento de terraços agrícolas
Entre os dias 26 e 30 de agosto, técnicos de diversas áreas da Itaipu Binacional participaram de uma capacitação interna em Santa Helena (PR), focada na conservação de solos e água. O treinamento, ministrado pelo engenheiro agrônomo Hudson Lissoni Leonardo, da Divisão de Apoio Operacional da Binacional, teve como tema central o dimensionamento de terraços agrícolas, uma prática essencial para controlar a erosão do solo e otimizar o uso da água em propriedades rurais.
Os participantes, que incluíam profissionais de administração, geologia e agronomia, passaram por uma semana intensa de estudos teóricos e práticos. O curso começou com um nivelamento sobre as técnicas de construção de terraços em diferentes situações topográficas, seguido de um treinamento em software especializado para o planejamento dessas estruturas.
Um ponto alto da capacitação foi o uso de dados coletados por drone em uma propriedade rural local, permitindo aos técnicos aplicar os conceitos aprendidos diretamente em um cenário real. A escolha do terreno representou um desafio técnico, pois a área é considerada uma das mais complexas da região, refletindo as condições enfrentadas por muitos agricultores locais.
Importância dos Terraços na Conservação de Solos
Os terraços agrícolas são estruturas fundamentais para evitar a erosão em terrenos inclinados, formando degraus que ajudam a reter a água da chuva e proteger o solo. Durante o curso, os técnicos desenvolveram projetos de conservação para a propriedade estudada, comparando diferentes metodologias de dimensionamento e escolhendo a mais adequada para a situação específica.
Essa abordagem prática do treinamento foi destacada pelo instrutor Hudson Lissoni Leonardo, que ressaltou a importância de vivenciar todas as etapas de um projeto real, desde a coleta de dados até a apresentação dos resultados finais. O produtor rural da área em questão receberá o projeto mais adequado para a conservação do solo de sua propriedade.
Intercâmbio de Conhecimentos e Aplicação Prática
Raquel Freitas Duarte, técnica em geomensura da Divisão de Apoio Operacional, elogiou o nível de detalhe do curso, destacando como ele condensou conhecimentos que poderiam ser adquiridos em um semestre inteiro. “O curso do Hudson é tão completo que parece um semestre inteiro condensado. Ele explica de forma clara a importância das práticas conservacionistas e a segurança hídrica do território”, afirmou Raquel.
Edino Jonas Krug, gestor de convênios da Itaipu, ressaltou a relevância da parte prática do curso de capacitação, que será diretamente aplicada em suas atividades diárias. “O curso foi fundamental para entender a complexidade da conservação do solo e sua relação direta com a saúde dos rios e de Itaipu. Ele nos equipou com argumentos técnicos sólidos para dialogar com produtores rurais e defender a importância das práticas conservacionistas,” disse Edino.
Expansão do Projeto de Conservação para Todo o Paraná
A partir de 2024, a área de atuação da Itaipu Binacional se expandirá para todos os 399 municípios do Paraná e 35 do Mato Grosso do Sul, ampliando ainda mais o impacto das obras de terraceamento agrícola promovidas pela empresa. Segundo o técnico agrícola Ozéias Gonçalves, há quase 40 produtores cadastrados na fila para que essas obras sejam realizadas em suas propriedades, reforçando a importância da conservação do solo para a produtividade agrícola e a sustentabilidade dos recursos naturais.
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A Terra e a Água como Fatores Primordiais de Produção
Seno Leopoldo Anton, técnico agropecuário, concluiu a capacitação em conservação de solos e água com uma reflexão sobre a importância da água na agricultura. “Eu aprendi lá no colégio agrícola que existiam três fatores de produção: terra, trabalho e capital. Mas hoje estou percebendo que capital e trabalho não têm significado nenhum se a terra estiver seca. Então, a gente tem que incluir a água nesse processo,” destacou.
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