Dom Edgar Xavier Ertl*
O 3º Dia Mundial dos Avós e dos Idosos será neste domingo, 23 de julho de 2023. O tema deste ano é “De geração em geração, a sua misericórdia” e “nos leva a um encontro abençoado: o encontro entre Maria, jovem, e sua parente Isabel, idosa”, escreveu o Papa Francisco. Cheia do Espírito Santo, Isabel “dirige à Mãe de Deus palavras que, dois milênios depois, cadenciam a nossa oração diária: ‘Bendita és Tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre’. O Espírito Santo, que já tinha descido sobre Maria, sugere-Lhe como resposta o Magnificat, onde proclama que a misericórdia do Senhor se estende de geração em geração”, ressalta o Papa. O Dia Mundial dos Avós e dos Idosos foi instituído pelo Papa Francisco em 2021. É celebrado anualmente no quarto domingo do mês de julho.
Segundo o Pontífice, “o Espírito Santo abençoa e acompanha todo o encontro fecundo entre gerações diversas, entre avós e netos, entre jovens e idosos. Deus quer que os jovens, como fez Maria com Isabel, alegrem os corações dos idosos e extraiam sabedoria das suas experiências. Mas o primeiro desejo do Senhor é que não deixemos sozinhos os idosos, que não os abandonemos à margem da vida, como hoje, infelizmente, acontece com demasiada frequência”. Ainda lembra o Papa que, neste ano, próximo ao Dia Mundial dos Avós e dos Idosos se realizará a Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa. No tema dos dois eventos, “sobressai a ‘pressa’ de Maria quando visita Isabel, levando-nos assim a refletir sobre a ligação entre jovens e idosos”.
O projeto de amor de Deus põe em ligação as gerações
De acordo com Francisco, “o Senhor espera que os jovens, ao encontrar os idosos, acolham o apelo a guardar as memórias e reconheçam, graças a eles, o dom de pertencerem a uma história maior. A amizade de uma pessoa idosa ajuda o jovem a não cingir a vida ao presente e a lembrar-se que nem tudo depende das suas capacidades. Por sua vez, aos idosos, a presença de um jovem abre à esperança de que não se perderá tudo aquilo que viveram e vão realizar-se os seus sonhos. Em resumo, a visita de Maria à Isabel e a consciência de que a misericórdia do Senhor se transmite de uma geração à outra mostram que não podemos avançar, nem nos salvar sozinhos, e que a intervenção de Deus se manifesta sempre no conjunto, na história de um povo”.
Segundo o Pontífice, “para melhor captar o estilo do agir de Deus, recordemos que o tempo deve ser vivido em plenitude, porque as realidades maiores e os sonhos mais belos não acontecem num instante, mas através de um crescimento e de um amadurecimento: em caminho, em diálogo, no relacionamento”. O projeto de amor de Deus “atravessa o passado, o presente e o futuro, abraça e põe em ligação as gerações”, completa Bergoglio.
Fazer algo para abraçar os avós e idosos
Pede o papa com insistência: “No encontro entre Maria e Isabel, entre jovens e idosos, Deus nos dá o seu futuro e a pensar naquele encontro; mais ainda, a fechar os olhos e imaginar, como numa foto instantânea, aquele abraço entre a jovem Mãe de Deus e a mãe idosa de São João Batista; representá-lo na mente e visualizá-lo no coração, para o fixar na alma como um luminoso ícone interior”. Depois, convida “a passar da imaginação à vida concreta, fazendo algo para abraçar os avós e os idosos. Não os deixemos sozinhos; é preciosa a sua presença nas famílias e nas comunidades. São os idosos que nos transmitem a pertença ao santo Povo de Deus. A Igreja e de igual modo a sociedade precisam deles. É que os idosos entregam ao presente um passado necessário para construir o futuro. Não permitamos que sejam descartados”. Finalmente, profetiza o bispo de Roma às dioceses, paróquias, associações e comunidades a celebrarem o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, “colocando no centro a alegria transbordante de um renovado encontro entre jovens e idosos”.
Dom Edgar Xavier Ertl – Diocese de Palmas-Francisco Beltrão
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