
A construção do Terminal Urbano Central de Pato Branco foi iniciada em 27 de abril de 2020, na antiga Praça Rotary, atrás da Prefeitura, entre as ruas Pedro Ramires de Mello, Araribóia e Caramuru. O investimento anunciado à época foi de R$ 2,53 milhões, com cobertura de 679,36 m² e integração projetada para 24 linhas do transporte público, beneficiando cerca de 16 mil usuários diários.
Após seis paralisações, a Prefeitura concluiu a obra em março de 2022; contudo, adequações nas ruas e calçadas, impedem o funcionamento do equipamento que ainda não entrou em operação por uma combinação de fatores urbanísticos e operacionais. Em 1.º de fevereiro de 2023, nova audiência pública discutiu a situação do terminal, o histórico da obra e os passos seguintes.
Questionamentos do MPPR e simulações de tráfego
Em março de 2023, após manifestação do Ministério Público do Paraná (MPPR), o Município realizou simulação de tráfego na área do terminal. O objetivo foi avaliar impactos viários e fluxos de veículos no entorno. Na ocasião, interlocutores do processo defenderam que “não existe outro lugar no Centro de Pato Branco para construir um terminal” além do ponto escolhido.
A tramitação inclui recomendação administrativa formal do MPPR, que pediu esclarecimentos sobre estrutura e operação do terminal. A documentação municipal cita a cronologia do projeto, a decisão de localização e os estudos de implantação como resposta às solicitações do órgão de controle.
EIV e Plano de Mobilidade: o que dizem os estudos
O Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) do Terminal Urbano Central — elaborado a partir de 2020 e disponibilizado em volumes e versão ilustrada — identifica impactos positivos e negativos, além de medidas mitigadoras e compensatórias para a implantação. O material reúne diagnóstico urbanístico, simulações e recomendações.
O Plano de Mobilidade Urbana de Pato Branco, contratado em 2023 e com relatório de diagnóstico entregue em 5 de junho de 2024, integra o terminal à rede de circulação, aos polos geradores de viagens e ao sistema TUPA, oferecendo prognósticos e diretrizes para operação e segurança viária.
Capacidade e desenho operacional
Análises acadêmicas sobre o projeto do terminal apontam atenção para o dimensionamento de berços de ônibus e a compatibilidade entre o desenho físico e a configuração das linhas. Os trabalhos recomendam ajustes de operação para absorver picos e evitar sobrecarga.
No contexto da rede, o operador TUPA atende dezenas de rotas e centenas de pontos, o que reforça a necessidade de um hub central com controle operacional, sanitários, abrigo, bilhetagem e integração temporal.
Fatores recentes no entorno
Em 16 de janeiro de 2025, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente anunciou a remoção de duas araucárias — uma delas no Terminal Urbano — por deterioração avançada e risco de queda, medida justificável do ponto de vista de segurança pública no perímetro da futura operação.
O que falta para abrir
Pelo que a documentação e as decisões públicas indicam, a ativação depende de:
- Validação final dos estudos viários e de vizinhança (com eventuais ajustes de circulação/localização de pontos);
- Definição operacional (fluxos de chegada/saída, berços, integração tarifária, sanitários, bilhetagem e acessibilidade);
- Convergência institucional entre Prefeitura, MPPR e operador para cronograma de comissionamento e início assistido da operação.
- Finalização da obras viárias no entorno do terminal.
A Prefeitura sinalizou, em frentes públicas, a intenção de licitar novo estudo técnico para avaliar o sistema de transporte coletivo e, por consequência, os parâmetros de operação do terminal. A Secretaria Municipal de Planejamento está realizando estudos das intervenções necessárias no entorno para a adequação e operação. A proposta busca atualizar demanda, rotas e integrações à luz do diagnóstico de mobilidade.
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