Mais cedo, o Broadcast mostrou que o governo brasileiro observou demanda expressiva, equivalente a US$ 7,5 bilhões.
As taxas de retorno asseguradas aos investidores ficaram maiores do que na última vez que o Brasil acessou o mercado internacional. Isso significa que o Tesouro precisou oferecer uma remuneração maior aos investidores. Ainda assim, elas são menores do que em algumas emissões realizadas quando o País tinha grau de investimento, o selo de bom pagador perdido em 2015. O resultado da emissão é considerado uma “janela bem aproveitada”.
A emissão foi feita com um novo vencimento de 10 anos (Global 2031) e a reabertura do papel de 30 anos (Global 2050), inaugurado em 2019 e que já havia tido uma nova emissão em dezembro do ano passado.
O governo foi ao mercado para levantar recursos e cobrir a necessidade de financiamento para vencimentos da dívida em moeda estrangeira programados para 2022. No início do ano, o Tesouro Nacional já havia informado ter os recursos em moeda estrangeira necessários para fazer frente à totalidade dos vencimentos da dívida externa em 2021.
A venda sincronizada de bônus de médio e longo prazos também servirá de referência para as captações externas de empresas brasileiras num cenário de grande liquidez de recursos no mercado internacional.
Segundo o Tesouro, foi emitido US$ 1,5 bilhão do Global 2031, com vencimento em 12 de setembro de 2031. O papel tem cupom de juros de 3,750% ao ano, com pagamento em 12 de março e 12 de setembro de cada ano. A emissão foi realizada ao preço de 98,948% do seu valor de face, resultando em uma taxa de retorno para o investidor de 3,875% ao ano, o que corresponde a um spread de 240,2 pontos-base acima da treasury (título do Tesouro dos Estados Unidos) de referência.
Em dezembro passado, a reabertura do Global 2030, até então o benchmark de 10 anos nas emissões externas do Tesouro, havia assegurado um yield de 3,450% ao ano ao investidor.
Já o Global 2050, com vencimento em 14 de janeiro de 2050, teve nova emissão de US$ 750 milhões. Com isso, o papel atinge um volume total em mercado de US$ 4,0 bilhões. Esse título possui cupom de juros de 4,750% ao ano, com pagamento nos dias 14 de janeiro e 14 de julho de cada ano. A emissão foi realizada ao preço de 97,333% do seu valor de face, resultando em uma taxa de retorno para o investidor de 4,925% ao ano, o que corresponde a um spread de 282,5 pontos-base acima da treasury de referência.
Em dezembro passado, uma primeira reabertura do Global 2050, mesmo título emitido hoje, havia assegurado um yield de 4,500% ao ano ao investidor.
A operação foi liderada pelos bancos Bradesco BBI, Goldman Sachs e HSBC e será liquidada em 7 de julho de 2021.
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