Karimi será um dos porta-bandeiras do time de refugiados na cerimônia de abertura, ao lado de Alia Issa, atleta síria do lançamento de taco. Outros quatro atletas estão na equipe: o iraniano Shahrad Nasajpour, do lançamento de disco, o lutador de tae kwon do do Burundi Parfait Hakizimana e os sírios Ibrahim Al Hussein, da natação, e Anas Al Khalifa, da canoagem.
“É muito triste o que está acontecendo no Afeganistão e nossos corações estão com as pessoas do Afeganistão. Nós estamos representando todas as pessoas do mundo que são refugiadas, então estamos trabalhando muito duro para enviar uma mensagem de esperança e ter certeza de que nosso time faz isso”, afirmou a chefe da delegação, Ileana Rodríguez, em entrevista coletiva.
“Estou certa que esses atletas irão dar tudo o que tem durante esses Jogos para apoiar os refugiados lá fora e fazer que eles sintam esperança, e a mesma mensagem vai para as pessoas do Afeganistão, com certeza”, completou Rodríguez.
Primeira mulher a competir como refugiada na Paralimpíada, Alia Issa comentou sobre a situação. “Eu nunca acreditei que seria a primeira mulher refugiada paralímpica. É uma honra grande para mim estar neste time. Estou um pouco nervosa sobre isso”, admitiu a síria de 20 anos, que vive na Grécia.
“Eu quero compartilhar com as mulheres com deficiências: não fiquem em casa. Tentem todos os dias ir para fora com o esporte. Espero ser o primeiro exemplo a seguir. Eu quero ser um exemplo para que os refugiados sigam seus sonhos”, afirmou Issa.
Durante a entrevista coletiva, o baixo número de refugiados acolhidos pelo Japão foi questionado. “Nós somos muito gratos pelos países que aceitam refugiados e encorajamos países que possam apoiá-los a aceitá-los. Esperamos que essa é uma mensagem forte que possamos deixar com as pessoas do Japão também”, respondeu Ileana Rodríguez, ex-nadadora cubana, que foi para os Estados Unidos muito jovem para tratar uma paralisia.
Outro momento do evento foi a leitura de uma carta enviada pelo jogador de futebol Alphonso Davies, do Bayern de Munique. O futebolista nasceu em Gana, viveu alguns anos como refugiado e cresceu no Canadá, seleção pela qual atua hoje em dia. No texto, Davies afirmou que o que os atletas paralímpicos refugiados farão em Tóquio mudará a vida das pessoas e inspirará outros que estão na mesma situação.
A ACNUR, órgão da ONU para os refugiados, também celebrou a inclusão do time de refugiados na Paralimpíada. “A presença deles num palco mundial nos Jogos Paralímpicos marca um momento histórico de representação para mais de 12 milhões de pessoas desalojadas vivendo com uma deficiência no mundo”, afirmou Filippo Grandi, alto comissário da ONU para refugiados, em comunicado oficial.
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