A exemplo do que aconteceu com Nathalie Moellhausen no último sábado, Toldo também não enfrentou um adversário fácil. Saito é o 27.° do ranking e o duelo já se desenhava equilibrado. “Já tinha enfrentado esse japonês, inclusive tive um problema muito sério com a arbitragem, nesse mesmo ginásio aqui”, lembrou.
E os problemas começaram no início do primeiro tempo. Saito abriu 2 a 0 e a lâmina de Guilherme quebrou. Troca feita, o brasileiro conseguiu a virada, mas seu equipamento apresentava problemas e ele insistiu com a arbitragem que era necessário trocar. “Infelizmente, eu testei o equipamento, mas na hora não funcionou. A lâmina quebrou e depois a ponta deu problema na molinha, mas eu tinha outros guardados”, disse o brasileiro.
Esses problemas e as interpretações da arbitragem parecem ter afetado decisivamente o brasileiro. Saito voltou a virar e fechou o primeiro período vencendo por 7 a 3. Somente no segundo tempo foi realizada a troca. Toldo tentou tirar a diferença, mas se expôs e acabou sofrendo uma desvantagem ainda maior, com 13 a 8 ao fim da segunda etapa. O brasileiro ainda diminuiu a vantagem no início do terceiro tempo, mas o japonês teve tranquilidade para finalizar em 15 a 10 e garantir a classificação.
“Foi um combate um pouco azedo, era um adversário difícil. Mesmo chegando com melhor ranqueamento, sabia que ia ser difícil. Acabei tendo uma dificuldade com a arbitragem. Arbitrou de um modo muito moderno, de um jeito que eu não esperava, nas últimas competições não tinha esse tipo de interpretação. Tive dificuldades de entrar neste jogo, pelo visto meu adversário estava mais bem preparado. Tentei buscar uma maneira de sair daquele jogo azedo, em alguns toques, a distância mais curta acabou fazendo a diferença e eu não consegui recuperar. Mérito dele em ter aproveitado as brechas”, analisou o brasileiro.
Segundo Toldo, a eliminação é algo a se lamentar, pois ele fez uma grande preparação. “O resultado do Rio (em 2016) me deu uma condição muito positiva, em termos de postura, posicionamento. Melhorei em diversos aspectos, cheguei em 13.° entre os cabeças de chave. Cheguei muito bem, me preparei fisicamente, mentalmente. Mas, para entrar entre os 16 melhores do mundo, é detalhe”.
O lamento pelo adiamento do sonho já deu lugar a uma projeção para daqui a três anos, nos Jogos de Paris, na França. Toldo já pensa em brilhar futuramente no pódio, em 2024. E quer esquecer o momento ruim vivido na capital japonesa.
“É uma faceta da esgrima, se joga com o adversário, tem que se levar em consideração a interpretação do árbitro. Não tive a esperteza de me adaptar tão rapidamente. Infelizmente, a minha Olimpíada acaba aqui, estou meio desapontado, ainda quero digerir isso. Estou sempre pensando no próximo ciclo, tinha projetado uma Olimpíada melhor. O período de covid foi muito intenso, vou tirar um tempo para descansar e construir tijolinho por tijolinho novamente”, finalizou.
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