Padre Judinei Vanzeto
Tomás de Aquino nasceu no castelo Roccasecca, próximo de Nápoles, na Itália, em 1225. Era, portanto, filho da nobreza. Ao completar os estudos de artes liberais (gramática, dialética, retórica, geometria, aritmética, música e astronomia) em Nápoles, ingressou na Ordem dos Dominicanos contra a vontade da família.
Na sequência, deixou a Itália e foi para Colônia (Alemanha), onde completou os estudos filosóficos e deu início aos teológicos. Ali recebeu a ordenação presbiteral, ou seja, foi ordenado padre católico.
Terminados os estudos teológicos, foi indicado para lecionar na Universidade de Paris. Na Cidade Luz, Tomás escreveu os Comentários aos livros de Boécio e iniciou a Suma contra os gentios. Foi reconhecido pela autoridade intelectual e encaminhado à Itália, onde ocupou vários cargos junto ao Papa Urbano IV (1195-1264), sobretudo de pregador. Também se dedicou à leitura e meditação que deu base aos escritos posteriores.
Em 1268, foi enviado novamente a Paris, desta vez para lecionar no convento de Santiago, com a finalidade de dirimir conflitos entre os docentes Franciscanos e Dominicanos. Os Franciscanos manifestavam-se tradicionais e místicos, conforme a doutrina de Santo Agostinho (354-430), e os Dominicanos, inovadores e especulativos, cingidos pela doutrina aristotélica.
Aqui é importante lembrar que o aristotelismo dos dominicanos foi confundido com o aristotelismo averroísta, espalhado por Siger de Brabante (1240-1280). Com isso, Tomás teve que se defender dos Franciscanos e dos averroístas e escreveu o tratado: “De unitate intellectus contra averroistas” (sobre a unidade do intelecto contra os averroístas).
Tomás teve a coragem de se debruçar sobre as obras de Aristóteles, que haviam sido esquecidas ao longo da Idade Média. Foram frutos de sua dedicação e reflexão, diversas sumas, ou seja, tratados sobre a essência da doutrina cristã católica.
Em 1272, devido à greve na Universidade em Paris e a pedido do seu superior, Tomás foi para Nápoles, onde concluiu a Suma teológica. Em 1274, a caminho do Concílio de Lyon por solicitação do Papa Gregório X (1210-1276), faleceu na abadia cisterciense de Fossanova aos 49 anos de idade.
Sua contribuição para a Filosofia e a Teologia é incalculável, imensurável. Vale a pena ler seus escritos, apesar da massa volumar. Se pudéssemos apresentar o seu legado aqui, seria profundamente interessante e teríamos que ter centenas de páginas à disposição. Reza a lenda que Tomás de Aquino passava horas em oração diante do Santíssimo e muitas vezes colocava sua cabeça dentro do sacrário.
Segundo Japiassú e Marcondes (1996), Tomás de Aquino organizou as verdades da religião e as harmonizou com a síntese filosófica de Aristóteles, demonstrando que não há conflito entre fé e razão. Também sua teoria do conhecimento pretende ser universal, pois o conhecimento verdadeiro é uma adequação da inteligência à realidade.
Ainda Tomás de Aquino estabeleceu as cinco “vias” que conduzem à afirmação racional da existência de Deus. Por fim, para ele, “A última felicidade do homem não se encontra nos bens exteriores, nem nos bens do corpo, nem nos da alma: só pode encontrar-se na contemplação da verdade”.
Uma obra O nome da Rosa, da literatura universal clássica, apresenta a tradição e a inovação discutidas pelos Franciscanos e Dominicanos. Esta obra também foi levada ao cinema com o filme O nome da Rosa.
Jornalista, Pároco da Paróquia São Roque de Coronel Vivida, diretor administrativo Rádio Vicente Pallotti e Gestor do Polo Unilasalle/Fapas de Coronel Vivida
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