O TFSports agora vai ganhar um marketplace (shopping virtual) de produtos e serviços de bem-estar para conectar treinadores de diferentes esportes a pessoas interessadas em praticá-los, segundo o presidente executivo e cofundador da empresa, Fred Wagner, em entrevista ao Estadão/Broadcast. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista.
A Track&Field está trazendo José Vicente Marino (ex-CEO da Avon) para o conselho da empresa. O que ele vai trazer para o negócio?
Todas as empresas passaram por uma transformação da forma de vender e houve uma digitalização do relacionamento com o cliente durante a pandemia. Nós fizemos um movimento importante e aumentamos significativamente as vendas iniciadas digitalmente. Hoje, aproximadamente 40% das nossas vendas começam, de alguma forma, no digital. Ao longo da pandemia, também digitalizamos os nossos eventos, e 120 mil pessoas se cadastraram para fazer exercícios em casa em nosso aplicativo (TFSports). Essa plataforma agora se amplia, não só com mais atletas, mas também com treinadores, que começam a ter um papel central. Por isso, estamos avançando na venda direta. O José Vicente vem desse universo. Ele vem da Natura. Foi CEO e fez a virada da Avon. Ele vem para agregar a esse crescimento.
Por que investir no aplicativo TFSports?
A plataforma vai ser um destino para qualquer pessoa que queira conhecer uma nova modalidade esportiva ou participar dos eventos que realizamos. Esperamos que as corridas presenciais voltem em 2022, e ao mesmo tempo, estamos criando atividades em outras modalidades, como o beach tennis, e trazendo o acesso a eventos e a treinadores. O nosso cliente, quando quiser procurar algo relacionado a uma atividade esportiva, vai procurar na nossa plataforma.
Qual é o investimento na nova plataforma digital?
Quando levantamos capital, alocamos R$ 30 milhões na plataforma. Estamos entrando no segundo ano, e obviamente a companhia gera caixa para investir mais se for necessário.
A abertura de lojas físicas também está nos planos?
Vamos abrir mais lojas neste ano do que no ano passado, quando foram 35. Achávamos que a pandemia reduziria a abertura, mas, com o aumento do mercado potencial, percebemos um consumo mais distribuído no País. Estamos abrindo um número importante de lojas de rua, que são hubs para a entrega (de produtos comprados online). Se o cliente compra em Salvador, por exemplo, recebe os produtos em até 24 horas. Vamos ter o maior número de aberturas de lojas da história da empresa.
Existe uma preocupação sobre o desempenho do mercado com o consumo, diante da alta da inflação. O crescimento do faturamento vai se sustentar?
Vai se manter. Entendo o pensamento macroeconômico, mas o que enxergamos é que usar roupas confortáveis, praticar esporte e ter preocupação com a saúde se tornaram hábitos centrais na vida das pessoas. Essa mudança de comportamento veio para ficar.
A Track&Field teve mudanças no alto escalão, e isso repercutiu no mercado. Por que as mudanças aconteceram?
Essas mudanças foram absolutamente naturais. Tivemos um momento importante de estruturação de governança ao longo de 2018, 2019 e 2020, com a abertura de capital. Agora, vamos para um novo momento, com foco em crescimento, digitalização, e ele pede novos conhecimentos (da liderança).
Em junho houve o rumor, desmentido pela Track&Field, de que a empresa poderia ser vendida a uma rival. Existe um plano de vender a Track&Field?
Não existe nenhum plano em curso de fusão e aquisição na Track&Field, nem formal, nem informal. Os rumores aconteceram por causa do momento de mercado: temos acesso a capital muito fácil e algumas empresas são alvo de compra. Vimos operações acontecendo, mas nada relacionado a nós.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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