COP 30: Diretor da Itaipu defende transição energética justa

O diretor técnico executivo da Itaipu Binacional, Renato Sacramento, foi um dos destaques do painel “Eficiência Energética como Ponto de Partida e o Grande Motor da Transição Climática”, promovido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) na COP30, realizada neste sábado (15) em Belém (PA).

Sacramento defendeu que a transição energética precisa ser gradual, justa e inclusiva, levando os benefícios da energia limpa à maior parte da população brasileira. “Não adianta fazer uma transição energética que só quem consegue colocar o painel solar se beneficie. É preciso levar isso à maior parte da população brasileira”, frisou.

Programa “Itaipu Mais Que Energia” e compromisso social

O programa “Itaipu Mais Que Energia”, voltado à transformação social nas áreas de influência da usina, foi citado pelo diretor como exemplo de ação direta para melhorar a vida das pessoas.

Sacramento também destacou a carta pública de reconhecimento e desculpas feita à população indígena pela construção da barragem 50 anos atrás, reforçando o compromisso social da Binacional.

Eficiência, atualização e longevidade

Referência em produção de energia limpa, Itaipu é responsável por garantir estabilidade ao sistema elétrico brasileiro, especialmente no horário de pico, quando a geração solar cai.

O diretor citou a manutenção rigorosa, que garante índice de disponibilidade superior a 90%, e ganhos de eficiência, como a geração de quase 1,1 megawatt por metro cúbico de água em 2024 — índices que reduzem demanda por matéria-prima e aumentam o desempenho da usina.

Para garantir a longevidade, Itaipu implementa desde 2022 o Programa de Atualização Tecnológica (PAT), maior plano de investimentos desde a construção da usina, com conclusão prevista para 2036. Todos os sistemas estão sendo migrados do analógico para o digital, aumentando a confiabilidade operacional.

O reservatório da usina, protegido por sua faixa de reflorestamento de 200 metros, tem expectativa de vida superior a 194 anos, revisada a cada quatro anos. “Isto tudo nos dará condições de manter os altos índices de eficiência e desempenho da Itaipu por muito tempo, garantindo protagonismo no sistema elétrico brasileiro”, afirmou Sacramento.