A procura por cirurgias de restauração capilar vem crescendo no Brasil e no mundo, impulsionada por técnicas modernas e resultados cada vez mais naturais. O procedimento utiliza folículos do próprio paciente para preencher áreas calvas, podendo ser aplicado também em sobrancelhas, barba e bigode.
Segundo a International Society of Hair Restoration Surgery (ISHRS), a parcela de homens interessados em transplante aumentou de 13% para 18% nos últimos três anos. No Brasil, cerca de 6 mil procedimentos são realizados por ano, com crescimento de 20% na demanda, segundo a Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar (ABCRC). Intervenções em barba e bigode já representam 5% dos casos, e 12% das mulheres que recorrem à técnica buscam melhorar sobrancelhas.
Quem procura o transplante capilar
Mais de 80% dos pacientes são homens com alopecia androgenética, condição hereditária responsável pela calvície masculina. Mulheres também recorrem ao transplante para corrigir rarefação capilar causada por alterações hormonais, medicamentos, deficiências nutricionais ou para ajustar a linha de implantação dos fios. Há ainda casos pós-trauma, queimaduras, cicatrizes e correções de falhas de procedimentos estéticos.
Indicações médicas
O transplante capilar é indicado quando há perda definitiva dos folículos pilosos ou quando tratamentos clínicos não recuperam a densidade desejada. As principais indicações incluem alopecia androgenética avançada, cicatrizes, falhas congênitas como “testa alta” e alopecias cicatriciais estáveis. Uma avaliação dermatológica completa é essencial para confirmar o diagnóstico, analisar a área doadora e planejar terapias complementares.
Técnicas disponíveis
O procedimento retira folículos resistentes à queda, geralmente da parte lateral e posterior do couro cabeludo, para reimplantar nas áreas afetadas.
- FUT (Follicular Unit Transplantation): retira uma faixa de couro cabeludo, mas tende a deixar cicatrizes visíveis, sendo cada vez menos utilizada.
- FUE (Follicular Unit Extraction): técnica atual mais popular, que extrai folículos individualmente, sem cortes ou suturas, permitindo maior precisão e menor desconforto.
A cirurgia dura de oito a dez horas, com anestesia local e sedação. Taxas de sucesso superam 90%.
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Pós-operatório e cuidados
Após a cirurgia, os folículos entram na fase telógena e só começam a produzir novos fios após três meses. Em seis meses, metade da cobertura capilar já é visível, e o resultado definitivo aparece entre 10 e 12 meses.
Cuidados essenciais incluem higiene correta do couro cabeludo, evitar impacto na região, suspender exercícios intensos, esportes de contato e exposição solar direta por um mês. Evitar mar e piscina também é recomendado para prevenir infecções.
Resultados e expectativas
O transplante capilar oferece resultados naturais e melhora significativa da densidade, mas não restaura o cabelo exatamente como na juventude. É fundamental manter expectativas realistas e seguir o acompanhamento dermatológico para preservar os resultados e prevenir a progressão da alopecia em áreas não tratadas.
Fonte: Agência Einstein