O setor chegou a maio deste ano operando com aproximadamente 48% da sua capacidade mensal de geração de receitas, calcula a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
“O recrudescimento da pandemia tem se mostrado bem mais complexo para o turismo do que para outras atividades”, ressaltou o economista Fabio Bentes, responsável pelo estudo da CNC.
Mais da metade (52%) do prejuízo apurado até agora pelo setor ficou concentrado nos Estados de São Paulo (R$ 142,6 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 43,4 bilhões).
A estimativa da CNC considera o que o turismo deixou de arrecadar desde a segunda quinzena de março de 2020 até o fim de maio, tendo como base informações das pesquisas conjunturais e estruturais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além de séries históricas referentes aos fluxos de passageiros e aeronaves nos 16 principais aeroportos brasileiros.
Os dados sobre emprego consideram estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia.
Bentes aponta que o setor de serviços como um todo tem reagido com lentidão à crise sanitária, em meio a um cenário ainda incerto sobre o avanço no ritmo de vacinação da população nos próximos meses, o que deve fazer com que compense apenas parcialmente em 2021, com alta de 4,6%, a queda recorde de 7,8% no volume de receitas observado em 2020.
Ele acrescenta que o segmento de serviços turísticos tem como obstáculos adicionais as restrições à circulação de turistas nacionais e, principalmente, estrangeiros no Brasil, o que deve melhorar somente no segundo semestre de 2021.
O agregado especial de atividades turísticas recuou 0,6% em abril ante março, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados pelo IBGE. O resultado sucede uma forte retração de 23,1% registrada no mês anterior. O segmento ainda precisa crescer 81,9% para retornar ao patamar de fevereiro de 2020, no pré-pandemia.
A CNC diminuiu mais uma vez sua projeção para o crescimento do volume de receitas do turismo em 2021, de uma alta de 18,2% para um avanço de 16,7%, após o tombo de 36,6% do ano passado.
“Acredito que a volta ao patamar pré-pandemia só ocorrerá na segunda metade de 2022. No ano passado, houve uma perda de 36,6% no volume de receitas e, para este ano, estamos projetando avanço de 16,7%. Essa previsão não contempla reversões significativas no quadro da pandemia nem interrupções prolongadas na vacinação. Caso isso ocorra, a recuperação tende a ser muito mais lenta”, disse Fabio Bentes.
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