A investigação foi aberta após denúncia da própria federação da Macedônia do Norte, que criticou uma suposta “explosão nacionalista” de Arnautovic ao comemorar o terceiro gol dos austríacos na vitória por 3 a 1. O atacante celebrou o gol demonstrando raiva e dirigindo gritos ao lateral Gjanni Alioski, do time adversário.
Em seguida, fez um gesto com as mãos, unindo o dedo indicador ao polegar, o que é conhecido como uma manifestação supremacista e racista. Arnautovic tem origem sérvia e Alioski, albanesa. A Sérvia e a Albânia têm histórico de relações tensas, na década de 90. Lideranças sérvias acusaram albanesas de estimular a separação de Kosovo. A Sérvia não reconhece a independência do território vizinho.
“Um inspetor do Comitê de Ética e Disciplina foi designado para conduzir uma investigação sobre o incidente envolvendo o jogador Marko Arnautovic no jogo entre as seleções da Áustria e da Macedônia do Norte, pela Eurocopa, no dia 13 de junho”, informou a Uefa, em comunicado.
“Somos sempre contra o nacionalismo, a discriminação e todo tipo de insulto ou explosões que não fazem parte do espírito do futebol e dos valores do qual todos fazemos parte”, registrou a federação da Macedônia do Norte. “Vamos sempre nos posicionar e defender os interesses e a dignidade dos jogadores da seleção da Macedônia onde quer que eles joguem.”
O lateral da Macedônia do Norte minimizou as discussões que teve com Arnautovic ao longo do jogo, mas revelou ter ouvido palavras pesadas do rival na comemoração do gol. “Tivemos algumas discussões durante a partida, coisa normal. A melhor parte foi que conversamos e apertamos as mãos no fim do jogo. O problema é que, depois de marcar o gol, ele disse coisas e a Uefa tem os vídeos. É difícil para eu repetir agora o que ele falou.”
Pelas redes sociais, Arnautovic negou qualquer intenção racista em seu gesto e pediu desculpas pelas declarações feitas em momento “acalorado”. “Proferi algumas palavras mais acaloradas ontem (domingo), motivo pelo qual gostaria de pedir desculpas, especialmente aos meus amigos da Macedônia do Norte e da Albânia. Gostaria de dizer uma coisa e deixar muito claro: eu não sou racista. Tenho amigos em todos os países e defendo a diversidade. Qualquer pessoa que me conhece sabe disso”, declarou.
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